Um novo estudo sobre a saúde do planeta apresentado nesta semana pela organização ambiental WWF mostra que a exploração dos recursos naturais da Austrália nunca esteve tão mal quanto agora. Segundo o relatório, hoje são necessários cerca de 8 hectares de terra para manter o consumo de cada australiano, acima dos 7 hectares em 2006.
O consumo exagerado do "capital natural", segundo o documento, coloca em perigo a futura prosperidade do país e do mundo, gerando impactos evidentes na economia, tais como a elevação do preço dos alimentos, da água e da energia. "Se as nossas demandas em relação ao planeta continuarem a aumentar na mesma proporção, na metade dos anos de 2030 precisaríamos do equivalente a dois planetas para mantermos o mesmo estilo de vida".
As emissões de carbono, as colheitas e as práticas de pastagem têm contribuído para o aumento das pegadas de carbono do país. O diretor de conservação da WWF, Raio Nias diz que vê com desolação o atual cenário. "Infelizmente a Austrália e os australianos estão entre os cinco principais países em termos de quantidade de terra necessários para alimentar nosso estilo de vida e nosso consumo", aponta.
De acordo com Nias, a quantidade sustentável de terra seria de cerca de dois hectares por pessoa. "Assim nós estamos usando aproximadamente quatro vezes mais recursos do que o permitido", finaliza.
Cidade incita população a plantar sua própria comida
Preocupados com o resultado do novo documento, o Conselho Municipal de Brisbane, capital do Estado de Queensland, está incitando os residentes a plantarem seu próprio alimento. O presidente do comitê ambiental Peter Matic diz que a medida ajudará a cidade a reduzir suas emissões de carbono.
"É uma maneira de incentivarmos a compra e o consumo de alimentos locais, além de aproveitarmos a oportunidade de plantar alimentos básicos em nossos jardins", diz ele, acrescentando que assim "nossa comida não terá que viajar tão longe, ou seja, uma chance de nós reduzirmos nossas emissões de carbono locais" finaliza.
(Por Tatiana Feldens, AmbienteJá, com informações da rede ABC News, 30/10/2008)