A Confederação dos Povos Indígenas da Bolívia (CIDOB) e o Observatório de Direitos Humanos e Conflitos Sócio-ambientais assinaram um convênio para a capacitação de líderes indígenas no uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). O Observatório, implementado pelo Centro de Estudos Jurídicos e Pesquisa Social (CEJIS) e o Serviço Alemão de Cooperação Social-Técnica (DED), tem por objetivo democratizar o acesso a informação na Bolívia.
O acordo permitirá às organizações trabalharem para garantir a vigência do artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que disse: "Todo indíviduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão; este direito inclui o de não ser molestado por causa de suas opiniões, o de investigar e receber informações e opiniões, e o de difundi-las, sem limitação de fronteiras, por qualquer meio de expressão".
Para o Observatório, o meio é a Internet. No seu sitio, se define como "um instrumento de difusão, informação e denúncia dos conflitos emergentes pelo exercício dos direitos humanos. Permitirá aos associados realizar campanhas e propor instrumentos ou estratégias de prevenção e contenção da violência, além de articular e fortalecer as alianças entre os diversos atores envolvidos no conflito".
O responsável pelo Observatório, Emir Iskenderián, indicou que "neste processo, um dos serviços oferecidos é a contribuição de recursos para realizar capacitações em tecnologias da informação e comunicações, para começar a melhorar o exercício dos direitos dos povos indígenas". Até agora, a oficina chegou à mulheres e homens dos povos Guarayo, Guaraní, Chiquitano, Ayoreo e Yuracaré.
Nas capacitações, os indígenas aprendem a criar um blog em seu próprio idioma, seja bésiro, zamuco ou guaraní, por exemplo. "Projetos deste tipo são fundamentais para nós. Ao longo deste ano trabalharemos para avançar em outras coisas das TICs. É uma grande oportunidade para continuar nos capacitando com os irmãos que necessitam", disse o vice-presidente da CIDOB, Pedro Nuny.
(Adital, 29/10/2008)