Poucos pescadores que vivem no Balneário Camacho, em Jaguaruna, sabiam do acidente na BR-101 que resultou no derramamento de óleo no Rio dos Correias e que poderia chegar até a lagoa onde pescamMaior que a surpresa da notícia foi o medo da possibilidade da mortandade de peixes no local.
Pescadores como Manoel Fausto Florentino, de 67 anos; o vizinho Clodoaldo Crippa, de 65; e seu filho Ricardo, de 28, temem o que consideram um "pesadelo" se a Lagoa do Camacho chegar a ser contaminada como aconteceu com os rios dos Correias e Congonhas.
- Se o óleo entrar aqui, tudo estará perdido, não teremos mais pesca - disse, com temor, Florentino.
A ocorrência do acidente e o vazamento do combustível foi um banho de água fria nos cerca de 2 mil pescadores da região, que aguardam com ansiedade o fim do período de defeso do camarão, previsto para 15 de novembro.
- Mais alguns dias e já poderíamos capturar o camarão. Só que, se esse óleo vir para cá, não sei quanto tempo ficaremos sem nada para pescar - lamentou o pescador Ricardo Crippa.
Por enquanto, apenas a pesca de peixes e siris está liberada em todas as lagoas do Complexo Lagunar.
Ontem à tarde, vários pescadores, a maioria não-profissionais, estavam no canal que liga a Lagoa do Camacho ao mar também sem saber do vazamento em Tubarão.
O gerente de preservação da Defesa Civil de Santa Catarina, Emerson Neri, está otimista e acredita que, pelas análises realizadas ontem, o volume de óleo, álcool e gasolina que possa chegar até a laguna seja pequeno e não cause danos significativos à pesca.
Alguns moradores, no entanto, discordaram. Eles avaliaram a direção do vento e o movimento da maré na entrada da lagoa e previam que houvesse chances de poluição no local.
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Diário Catarinense, 29/10/2008)