O príncipe Charles da Inglaterra declarou nesta terça-feira, em Tóquio, que espera que a crise econômica, "sem dúvidas temporária", não faça o mundo esquecer a urgência de lutar contra o aquecimento global, "porque suas conseqüências são irreversíveis".
O herdeiro da coroa britânica chegou segunda-feira (27) ao Japão, onde ficará até sexta-feira com a esposa Camila, para comemorar o 150º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países.
"Em vista das turbulências do sistema financeiro internacional e dos danos imediatos para o mundo inteiro, a crise dos créditos é uma preocupação importante e legítima", disse, no Museu Nacional de Ciências e Inovação de Tóquio.
"Mas estamos desviando o olhar da crise do clima por nossa conta e risco", destacou.
"Esperamos que as forças subjacentes da economia mundial permitam-na, mais uma vez, se recuperar. Mas os efeitos da mudança climática serão irreversíveis", advertiu o príncipe.
Ele lembrou que os estudos científicos mais alarmantes prevêem um aquecimento global de seis graus em média até 2100 que, se for confirmado, afetaria milhões de pessoas.
Segundo divulgou na última sexta-feira (24) o ONS (Escritório Nacional de Estatística, na sigla em inglês), o PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido caiu 0,5% no terceiro trimestre, a primeira queda em 16 anos. O indicador eleva os temores de que a economia britânica esteja a caminho de uma recessão.
Tanto o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, como o presidente do Banco da Inglaterra (BC britânico), Mervyn King, admitiram pela primeira vez nesta semana que o Reino Unido está entrando em recessão, o que seria confirmado com dois trimestres consecutivos com retrocesso do PIB.
Com essa queda no terceiro trimestre, a economia britânica continua sua contração, já que cresceu 0,9% no segundo trimestre de 2007, 0,6% no terceiro e no quarto, 0,3% nos primeiros três meses de 2008 e finalmente ficou estagnada no segundo trimestre.
(Folha Online, AmbienteBrasil, 29/10/2008))