A promotoria do Meio Ambiente já tem uma posição a respeito do dano causado pela Vale no córrego Urucum, que antes era abundante e que agora está completamente seco. De acordo com o promotor, Ricardo Melo Alves, os estudos quanto a responsabilidade da Vale, já foram concluídos e ficou provado que ela é a responsável pela interrupção da vazão com córrego Urucum.
“Hoje nós estamos correndo atrás de um estudo específico da valoração ambiental, para dizer quanto vale esse dano ambiental. Estamos procurando algum especialista técnico para realizar esse estudo e só há especialista nessa área em Migas Gerais e no Rio Grande do Sul. Esperamos que em um prazo de seis meses esse resultado esteja terminado”, explicou Melo.
Ainda de acordo com o promotor, existe a necessidade imediata de realizar uma avaliação ambiental, “para que essas empresas de minério siderúrgicos passem a utilizar água do Rio Paraguai e não mais do maciço de onde elas estão retirando, porque a soma de todas essas explorações podem eventualmente afetar os recursos hídricos da localidade”.
Um exemplo citado pelo promotor foi o da na mineração Corumbaense que fez uma redução, “está se buscando uma análise técnica para que todas elas possam captar água de outra fonte que não se esgote como está acontecendo agora”. “Estamos em contato com o IBAMA e com a ANA (Agência Nacional de Águas) para então poder fazer essa delimitação do uso correto da água, isso será necessário mesmo”, salienta Melo Alves.
O CasoO processo corre na justiça desde 2001 quando o inquérito foi aberto para apurar a vazão do córrego do maciço do Urucum, distante 25 km de Corumbá, e desde aquela época autoridades alegavam que não podiam fazer muita coisa porque não tinham o parecer técnico que apontasse o responsável pelo desastre. Agora com o parecer concluído e nas mãos da promotoria de meio ambiente desde abril deste ano, está faltando apenas o resultado do estudo para definir de quanto será a multa.
O desastre ambiental afetou a vida de cerca de 138 famílias, cuja maioria, vendeu suas terras para a mineradora Vale e foi para outra região. Os que ficaram sofrem com a constante falta e racionamento de água, que é controlado pela mineradora.
(
Corumbá Online, 27/10/2008)