Um volume de 22.160 abóboras-morangas, 24.500 caixas de banana nanica e 19.875 de mamão formosa. A quantidade não é para abastecer uma escola ou um hospital, mas para alimentar os animais que vivem no bosque Fábio Barreto, em Ribeirão Preto.
Por causa dos mamíferos e aves apreendidos pela Polícia Ambiental que chegam no zoológico, a prefeitura precisou fazer na semana passada um aditamento na licitação para compra de frutas, carnes, feno e ração, entre outros itens.
Os percentuais chegam na maioria ao limite de 25% permitido em lei, para garantir que os animais possam ser alimentados com tranqüilidade até janeiro, quando deve ser feita outra licitação.
Hoje, o bosque abriga 660 animais de forma permanente, de 110 espécies. Mas é a população flutuante que obriga a compras extras de alimentos, de acordo com o zootecnista Alexandre Gouvêa, responsável pelo bosque. Segundo ele, aproximadamente mil animais passam por ano pelo zôo, trazidos pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e outros órgãos que fazem fiscalizações para combater a venda de animais silvestres.
A maior parte é formada por aves, mas há também mamíferos, que aumentam ainda mais as despesas do bosque.
Alguns animais enfrentam dificuldades de achar uma nova casa, segundo a bióloga Marisa dos Santos. "Temos três ou quatro cachorros-do-mato que estão aqui há quase dois anos porque não se acha local em nenhum zoológico ou criadouro." Cada um consome quase um quilo de alimento por dia. Diariamente, são consumidos no zôo 300 quilos de alimento.
(Por JULIANA COISSI, Folha Ribeirão,
Folha Online, 27/10/2008)