Na última terça-feira (21/10), organizações sociais de Niterói lançaram, no teatro do DCE-UFF, o comitê local da campanha "O petróleo tem que ser nosso". A ação faz parte da mobilização de organizações e movimentos sociais que lutam contra a privatização do petróleo e do gás. Na ocasião, houve panfletagem e coleta de assinaturas para os abaixo-assinados pelo fim dos leilões do petróleo e re-estatização da Petrobrás.
Motivadas por novas descobertas de petróleo, em setembro, associações, sindicatos e movimentos sociais realizaram uma vigília para discutir o modelo de exploração do petróleo no Brasil. O principal tema dos debates foi a possibilidade de exploração do pré-sal por empresas estrangeiras. Em novembro de 2007, o governo anunciou a descoberta de uma mega-jazida de petróleo na Bacia de Santos, batizada de Tupi. Depois, anunciaram que as reservas se estendiam do Espírito Santo a Santa Catarina. O petróleo do pré-sal é tido como de alta qualidade e provoca a ganância dos grandes conglomerados transnacionais.
Várias entidades têm se manifestado sobre o assunto. O Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro-RJ), por exemplo, acredita que a sociedade deve participar do debate sobre a melhor forma de administrar os recursos naturais do país.
De 11 a 15 de novembro, o tema do controle estatal e social do petróleo e gás natural será debatido na Conferência Nacional dos Advogados, a ser realizada em Natal (RN). No início de dezembro, o tema também será uma das bandeiras de luta da V Marcha Nacional da Classe Trabalhadores, que reunirá milhares de pessoas em Brasília.
Por sua parte, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) continua colhendo assinaturas para encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de lei de iniciativa popular. O projeto busca a consolidação do monopólio estatal do setor petrolífero, proíbe as concessões para exploração da reservas brasileira, procura uma destinação social aos lucros do setor e o fortalecimento da Petrobrás enquanto empresa eminentemente pública. São necessárias 1 milhão e 300 mil assinaturas.
(Adital, 27/10/2008)