A Aracruz Celulose, que fica no Norte do Espírito Santo anunciou a suspensão temporária de investimentos. A empresa decidiu ajustar ao novo cenário os seus projetos de expansão, como o Guaiba II e da compra de terras e da formação de florestas. Também estão sendo revistos alguns contratos com empresas prestadoras de serviços.
O município tem 60% de sua arrecadação ligada à Aracruz Celulose. O orçamento para investimentos está sendo revisto em 20%. A prefeitura de Aracruz criou um comitê para discutir o impacto da crise economica no municipio. A primeira reunião está prevista para a próxima semana.
"Nós estamos trabalhando com a possibilidade de enxugamento de 20% dos investimentos no município em função do reflexo do que essa crise pode causar. Se o país arrecada menos e o estado arrecada menos ICMS, por exemplo, é menos recurso repassado ao município", ressalta o secretário.
O Secretário de Desenvolvimento do município, Divaldo Crevelin, disse que está mantendo contato com a Aracruz e as empresas prestadoras de serviços. Ele pediu um levantamento às empresas prestadoras para que possa fazer uma análise do quadro.
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Manoel Pimenta, disse que não pode confirmar se houve uma redução de pessoal nas empresas que prestam serviços para a Aracruz. Ele disse que ainda não há um desaquecimento no setor de manuternção, por causa do anúncio da suspensão de projetos por parte da Aracruz Celulose.
Segundo o diretor de operações, Valter Lídio Nunes, o quadro de empregados próprios da Aracruz está bem dimensionado. Assim, a empresa descartou a possibilidade de demissões.
Crevelin, disse ainda que a causa da revisão dos gastos é efeito da crise de crédito e a suspensão temporária de investimentos da Aracruz Celulose, que também adotou cautela diante dos problemas com o mercado financeiro.
Estaleiro. Se por um lado a crise obriga grandes empresas a suspender investimentos previstos, por outro há otimismo devido ao anúncio de novos negócios em Aracruz. Divaldo Clevelin disse que o programa de investimento no município, anunciado pela Jurong do Brasil, não deve ser alterado. A empresa pretende construir um estaleiro em Barra do Riacho, que deve entrar em operação em 2011.
"Os efeitos negativos da crise poderão ser superados com os novos investimentos que estão vindo para o município. Estamos mantendo as conversas com o grupo Jurong e o projeto está em fase avançada. Já foi contratado o estudo de viabilidade, estudo da maré e o estudo ambiental. Não há dúvida de que haverá impacto positivo na economia do município", espera o secretário.
Por meio de nota à imprensa, a companhia Aracruz Celulose informou que os contratos com empresas prestadoras de serviço estão sendo revistos devido a suspensão de investimentos.
(ES Hoje, 26/10/2008)