Um grupo de especialistas agrícolas, ouvidos pela Comissão Europeia, reconhece que a Europa é demasiado lenta a analisar as candidaturas para a introdução no mercado de organismos geneticamente modificados. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, quis ouvir o que especialistas nomeados pelos chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados membros da União Europeia (UE), para saber o que pensam em relação à introdução no mercado de transgénicos.
Raul Jorge, assessor de José Sócrates para as questões agrícolas, refere que o problema já foi identificado, mas coloca dificuldades competitivas à Europa no mercado global. No entanto, o assessor revela que os especialistas da UE nunca defenderam a possibilidade de «diminuir o grau de segurança que é garantido aos cidadãos».
A Europa pretende assim reduzir o tempo de decisão sobre a introdução de organismos geneticamente modificados. No entanto, Margarida Silva, do Movimento dos Organismos Geneticamente Modificados, entende que esta medida europeia é uma atitude de cedência aos Estados Unidos.
«O facto de haver variedades que são cultivadas nos Estados Unidos, mas que não estão autorizadas nos restantes mercados internacionais, tem criado enormes perdas económicas aos americanos. Portanto, a Comissão Europeia quer fazer a vontade aos EUA e isso passa por desbloquear as autorizações», conclui Margarida Silva.
(Sapo.PT, 26/10/2008)