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abelhas
2008-10-25

Os moradores da Zona Oeste do Rio e da Baixada Fluminense podem acrescentar mais um item na sua lista de cuidados nesta primavera: além do sol que começa a esquentar e da dengue, é preciso ter atenção ao ataque de abelhas africanizadas.

Especialistas informam que a reprodução das abelhas é maior        durante esta estação do ano porque há um aumento das flores e da    polinização, feito pelas abelhas. As abelhas africanizadas têm o veneno (apitoxina), mais forte que as outras espécies. Por isso, elas causam mais mortes e ferimentos nas pessoas.

A picada de uma abelha desta espécie pode causar distúrbios        neurotóxicos, hemorrágicos e hemolíticos. Neste mês, um homem
morreu depois de sofrer um ataque de abelhas africanizadas na        Zona Oeste do Rio.No início de outubro, um idoso morreu no Mato Grosso, vítima de picadas de abelhas. De acordo com os médicos que atenderam o idoso, ele caiu em um buraco onde estava o enxame e não resistiu às ferroadas.

A Zona Oeste e a Baixada Fluminense são as regiões de maior incidência de abelhas no estado do Rio, afirma o apicultor Eugênio Lyssei. Segundo Eugênio, o Disk-Abelha, serviço para a retirada dos enxames, atende por mês 150 chamadas para a retirada de colméias na Zona Oeste e cerca de 40 ocorrências de enxames na Baixada Fluminense. 

O médico veterinário do Zoológico de Niterói, André Maia, faz um        alerta: as abelhas não são inimigas, e sim agentes que contribuem para a natureza. De acordo com o veterinário, as pessoas devem pôr o açúcar na geladeira, evitar deixar o lixo aberto e, principalmente, não jogar pedras e nem atear fogo aos enxames. “Muita gente acredita que se tacar fogo ou pedra nos enxames, as abelhas vão morrer. Não é assim. A melhor maneira para extrair uma colméia é chamar um profissional especializado, no caso um apicultor”, afirma o veterinário. 

Retirar enxames de abelhas custa no mínimo R$ 50

No Rio de Janeiro, não existe um órgão público que faça a retirada de enxames e colméias. O Corpo de Bombeiros parou de atender estas solicitações há 4 anos, pois os bombeiros exterminavam os insetos, em vez de retirar o enxame e preservar as abelhas. 
A assessoria do Corpo de Bombeiros afirma que os bombeiros apenas orientam e ensinam como as pessoas devem prevenir o surgimento de abelhas. 

Quem quiser retirar um enxame terá que desembolsar no mínimo R$
50, de acordo com o apicultor, Eugênio Lyssei. Mas o valor do serviço para a retirada de enxames varia. De acordo com o presidente da Associação Carioca de Apicultores (ACAP), Flavio Guimarães Vedolin, o serviço para a remoção de enxames não sai por menos de R$ 250.

Na falta de um órgão público que retirasse as colméias, Eugênio        Lyssei criou há 15 anos o Disk-Abelhas, serviço que retira enxames e que inclusive, dá aulas de como solucionar o problema e retirar as abelhas em instalações na área urbana.

Desde que foi criado, o serviço já recebeu mais de 8 mil chamados. Eugênio calcula que 99% dos chamados são para a retirada da abelha africanizada, espécie mais ativa, resistente e agressiva. Eugênio conta que a procura para a retirada de enxames aumentou e foi preciso criar um site para que as pessoas tomassem conhecimento desse tipo de serviço.

"As pessoas às vezes não sabem para quem ligar, ainda mais que os bombeiros não atendem mais esse tipo de solicitação. Com o site, os pedidos aumentaram e vários famosos como Xuxa e Cid Moreira já ligaram para o Disk-Abelhas, solicitando a retirada de enxames. Criei até uma galeria de fotos com as personalidades que já atendi", conta o apicultor Eugênio Lyssei.

O especialista afirma que não se deve esmagar as abelhas africanizadas, pois o cheiro do veneno é um sinal de ataque para as outras abelhas.
O telefone do Disk-Abelhas é (21) 2293-0449.

(O Globo, 25/10/2008)


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