O acordo entre a Aracruz e os 13 bancos com os quais a companhia tem contratos de instrumentos financeiros com exposição cambial superior a US$ 6 bilhões só deve sair em "algumas semanas", segundo a Folha apurou.
Na quinta-feira (23/10), a companhia se reuniu com representantes de instituições financeiras para fazer e ouvir uma avaliação geral da situação. Não houve troca de propostas.
Maior companhia de papel e celulose do país, a Aracruz fez operações de derivativos para proteção contra a desvalorização do dólar nos últimos anos no Brasil. Como tem receita em dólar obtida com exportações e custos em reais, as operações funcionariam como uma defesa para a oscilação cambial.
O tamanho das operações superou a necessidade da companhia. Elas também não ofereciam qualquer proteção contra uma desvalorização rápida e intensa do real, como a que ocorreu nas últimas semanas. O prejuízo da empresa mensurado por uma consultoria foi de R$ 1,95 bilhão até o dia 30 de setembro, mas essa cifra tem efeito apenas contábil -aumenta ou diminui ao sabor da taxa cambial.
Segundo a Folha apurou, a Aracruz tenta negociar um alongamento dos prazos de liquidação dos contratos. A empresa está levantando sua situação para apresentar um prazo mais adequado para as liquidações mensais. Atualmente, esses contratos estão com vencimentos diluídos nos próximos 12 meses. Os bancos acenaram com essa solução.
A avaliação é que, fora a situação do balanço gerada pela exposição cambial, a situação operacional é relativamente tranqüila. A mesma elevação do dólar poderá ser benéfica no futuro. A Aracruz é uma grande exportadora e poderá elevar suas receitas ao longo do tempo.
(Por Agnaldo Brito, Folha online, 24/10/2008)