O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) adiantou nesta sexta-feira (24/10) que o desmatamento na Amazônia será reduzido em setembro, segundo dados preliminares obtidos por seu ministério.
Em agosto, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) havia constatado o desmatamento de 750 km2 na região. De acordo com Minc, em setembro esse desmatamento seria inferior a 650 km2. O Inpe vai divulgar o dado completo na próxima quarta-feira (29/10).
Minc destacou que foram desmatados, em média, 650 km2 entre junho e agosto. Esse período, explicou o ministro, é o mais crítico devido à seca, que facilita a devastação da área verde.
Minc ressaltou que a média observada neste ano para estes três meses é a menor desde 2004, quando o desmatamento começou a ser monitorado.
Fundo Amazônia
"Isso não me alivia nem um pouco, não acho nenhuma maravilha do mundo. Quero desmatamento zero", afirmou, durante intervalo de reunião para tratar do Fundo Amazônia na sede do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio.
Sobre o fundo, Minc disse que espera anunciar em dezembro duas ou três empresas que farão doações. Ele não revelou com quais companhias negocia, mas adiantou que Petrobras e Walmart demonstraram interesse.
Na reunião de hoje, serão definidas as diretrizes principais do fundo, que tem limite de captação de US$ 1 bilhão no primeiro ano. Até o momento, a Noruega se comprometeu a doar US$ 1 bilhão até 2015, sendo que US$ 140 milhões serão aplicados no 1º ano.
"O momento é muito favorável. A maioria dos países desenvolvidos não vai cumprir as metas pós-Kyoto. Quem estiver organizado, tem condições de sair na frente", disse Minc, descartando possível prejuízo da crise financeira internacional sobre as doações ao fundo.
(Por Cirilo Junior, Folha online, 24/10/2008)