Ainda existem 900 casas da periferia da cidade de Palmeira das Missões cobertas com lonas há mais de seis meses. Foi no dia 11 de abril que uma chuva de granizo danificou a cobertura de 12 mil moradias. Após as fortes chuvas registradas ontem, mais uma vez as residências foram tomadas pela água. As lonas plásticas mantidas na cobertura com pedras, saquinhos de areia e pedaços de madeira não resistiram a força da chuvarada.
Nas vilas Promorar I, Passo da Areia, Habitar Brasil e Área Verde estão os maiores problemas. Diante das fortes precipitações da tarde dessa quinta-feira, os moradores, carentes, voltaram a reclamar da situação e solicitam ajuda do poder público. 'Ninguém ajuda a gente a resolver o problema e nós não temos condições financeiras', reclamou uma moradora. O prefeito de Palmeira das Missões, Celso Valduga, disse que desde abril o município gastou R$ 500 mil na compra de 70 mil folhas de fibrocimento, lonas e material de construção. O Estado ajudou com 11,5 mil telhas e centenas de cestas básicas. Valduga alega que o governo federal, por meio do Ministério da Integração, não fez a sua parte. 'Após decretada situação de emergência solicitamos ajuda da União, mas até agora nada veio e as famílias continuam sofrendo.' Valduga observa que muitos moradores recuperaram os telhados das casas por conta própria.
O temporal registrado na região do Médio Uruguai na tarde de ontem provocou alagamentos na BR 386. A água tomou a pista e o acostamento da rodovia federal em vários pontos no trecho que passa por Seberi, Frederico Westphalen e Boa Vista das Missões. A PRF orientou os motoristas a reduzirem a velocidade a fim de evitar acidentes. No trecho de 143 quilômetros entre Iraí e Sarandi, os buracos, agravados pela preciptação de 60 milímetros, dificultam cada vez mais a passagem dos veículos.
As chuvas também causaram muitos danos nas estradas do interior dos municípios da região e no acamamento de lavouras de trigo em fase de maturação e colheita. Há mais de quinze dias as prefeituras não conseguem trabalhar na melhoria das estradas devido aos constantes temporais.
(Por Agostinho Piovesan, Correio do Povo, 24/10/2008)