O incêndio que começou no dia 5 de outubro no Parque Estadual de Itaúnas (PEI), em Conceição da Barra, ainda não foi combatido. Ainda não há informação sobre a dimensão da área destruída. Para isso, é aguardado laudo do Corpo de Bombeiros. As áreas que continuam em chamas são as de turfa, altamente combustíveis, e monitoradas diariamente.
Segundo informações do parque, as equipes formadas por seus funcionários e os bombeiros, estiveram nas áreas atingidas, cavando e jogando água para tentar apagar o fogo. Controlado, o incêndio está agora no subsolo. As áreas de turfa, material orgânico em decomposição, viram praticamente uma pólvora com a falta de chuva.
Para apontar o tamanho dos estragos, é aguardada uma perícia, que vai apontar o local exato onde se iniciou o fogo e se o incêndio foi ou não criminoso. O trabalho, de responsabilidade do Corpo de Bombeiros, só poderá ser iniciado depois que o fogo for totalmente combatido.
Entre a comunidade, a única informação é que o fogo começou próximo a uma plantação de eucalipto da Aracruz Celulose e que incêndios como esses são comuns na região, devido ao conflito entre os quilombolas – que têm seu território ocupado pela empresa – e a transnacional.
O parque afirma que os negros não aceitam os trabalhos de conscientização ambiental desenvolvidos pela instituição. Para eles, o parque trabalha em parceria com a Aracruz Celulose, permitindo o avanço de seus plantios e, por isso, não são ouvidos pela comunidade.
Nesse dilema, sofre o parque, que tem boa parte de sua área de amortecimento fazendo divisa com os plantios de eucalipto. Com os incêndios, sofrem também os animais. Muitos foram mortos pelo fogo, outros ficaram órfãos e estão recebendo cuidados no próprio Parque Estadual de Itaúnas (PEI).
(Por Flavia Bernardes, Século Diário, 23/10/2008)