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petrobras
2008-10-24

A Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp receberá da Petrobras um investimento de R$ 5,6 milhões para a construção do Laboratório de Processos Intensificados para Avaliação e Valoração de Petróleos (ProcInt-ValPet), coordenado pelo professor Rubens Maciel Filho. O novo laboratório, que terá 2.500 metros quadrados, será construído em uma área cedida pela reitoria da Universidade, através do auxílio do diretor, localizada ao lado da Faculdade. O objetivo desse novo laboratório, de acordo com o professor Rubens, é continuar com os desenvolvimentos de pesquisa  nas áreas de avaliação e valoração de petróleo.

Do total do investimento, R$ 1,6 milhão será destinado para a construção do prédio e R$ 4 milhões serão utilizados na compra de equipamentos. A professora  Maria Regina Wolf Maciel ressaltou que em projetos anteriores, através do CT-PETRO, a Petrobras já investiu  R$ 3.065.000,00   em projetos com os  dois  Laboratórios (LOPCA e LDPS) coordenados pelos dois professores, em parceria com a equipe do Laboratório de Processos de Valoração do Cenpes/PDP/TPAP.

O Portal Unicamo entrevistou a engenheira Lilian Carmen Medina, da gerência de Tecnologia de Processamento e Avaliação de Petróleo do Cenpes/Petrobras, que falou um pouco mais sobre esse projeto em parceria com a FEQ. “Os estudos de avaliação e vloração de petróleo aplicando o processo de destilação molecular, que vêm sendo realizados pelo grupo do LPDS & LOPCA da Unicamp/FEQ, em parceria com a equipe do Laboratório de Processos de Valoração do Cenpes/PDP/TPAP, com certeza representam um avanço tecnológico. Este grupo e a equipe do Cenpes são pioneiros na luta pela plena conquista do domínio da tecnologia de destilação molecular no país, já estando estudando diversas outras aplicações deste processo”, afirma Lílian Carmen Medina. Leia a entrevista:

Portal Unicamp - Por que a Petrobras decidiu pela Unicamp para a instalação do Laboratório de Processos Intensificados para Avaliação e Valoração de Petróleos? 

Lilian Carmen - O Laboratório é resultante de um trabalho iniciado em 2001, quando a gerência de Tecnologias de Avaliação de Petróleo (TAP), do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), buscava avançar na caracterização dos petróleos, particularmente dos óleos pesados e extrapesados. Nesta época foi apresentado aos grupos do Laboratório de Desenvolvimento de Processos de Separação (LDPS) e Laboratório de Otimização, Projetos e Controle Avançado (LOPCA), da FEQ, coordenados pelos professores Maria Regina Wolf Maciel e Rubens Maciel Filho, o desafio de desenvolver Metodologia para Extensão da Curva PEV - Ponto de Ebulição Verdadeiros. E o desafio foi aceito. A escolha deste grupo foi devido à sua experiência com o processo de destilação molecular e processos de separação em geral. Como os óleos extrapesados apresentam inúmeros desafios, surgiram novas necessidades e resolvemos iniciar novos projetos relativos à caracterização, avaliação e valoração de petróleos, ainda com recursos CT-PETRO. Com a implantação da lei que orienta as empresas de petróleo a aplicarem 1% dos recursos dos royalties de petróleos em pesquisa e desenvolvimento, sendo 0,5% aplicado em entidades de pesquisa nacionais, chamada Lei de Participação Especial (LPE) da Agência Nacional de Petróleo (ANP), viabilizando projetos de infra-estrutura para melhorar as condições de trabalho das instituições de pesquisa, como prédios, utilidades, instalações específicas, equipamentos apropriados, tornou-se possível formatar o projeto para investir os recursos iniciais básicos para a instalação do laboratório. A LPE prevê que recursos também sejam aplicados em projetos de Pesquisa e Desenvolvimentos (P&D) destinados a bolsas de estudo, diárias, passagens, material de consumo, custeio e participação em eventos.

Portal - Qual a importância da criação do Laboratório para a parceria entre Unicamp e a Petrobras?

Lilian Carmen - Sem dúvida nenhuma é um marco muito importante, consolidando a nossa parceria, avançando continuamente nos estudos relacionados à destilação molecular aplicada a petróleo, derivados, bioprodutos, produtos petroquímicos e química fina. É um processo no qual o grupo do LDPS e LOPCA da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp, junto com a equipe do Laboratório de Processos de Valoração/Cenpes, são pioneiros na luta pela plena conquista do domínio desta tecnologia no país. Ainda identificamos muito trabalho até que se tenha sua aplicação amplamente implementada. Pretende-se, também, viabilizar o estudo de outras tecnologias inovadoras consideradas de ponta e de interesse da Petrobras, avançando principalmente nos processos intensificados. Em resumo, o laboratório, a ser coordenado pelo professor Rubens Maciel Filho, trará condições para criação de mais oportunidades de pesquisa, tanto para alunos de graduação, quanto de pós-graduação, através de trabalhos de iniciação científica, mestrado e doutorado, que poderão ser contempladas em futuros projetos de P&D específicos.

Portal - Quais serão as principais linhas de atuação do ProcInt-ValPet e a sua importância para os programas desenvolvidos pela FEQ em conjunto com a Petrobras?

Lilian Carmen - Existem duas principais linhas de pesquisa que gostaríamos e pretendemos avançar. Uma é a avaliação e valoração de petróleos extrapesados, através de melhorias dos processos de separação de petróleos, desenvolvimento de softwares de apoio específicos, aplicação e avaliação dos resultados obtidos nas simulações de processos e sua otimização e a  identificação de produtos especiais, como óleos lubrificantes e asfalto. Pretendemos aplicar a extensão da Curva PEV em unidades de processo de refino e estabelecer uma parceria mais estreita com a Replan, que tem interesse em analisar ganhos referentes aos novos métodos de avaliação de petróleos.  Cabe ressaltar que, mesmo depois que for efetivada a entrada em produção dos óleos do Pré-Sal, estima-se que a produção dos óleos extrapesados ainda deverá ser bastante significativa. Logo, a implementação de estudos específicos voltados para estes óleos continuará a ser necessária. Outra área é a de estudo de processos intensificados, onde há propostas concretas para estudos específicos a serem realizados no novo Laboratório ProcInt - ValPet.

(Por Jeverson Barbieri e Raquel do Carmo Santos, Jornal da Unicamp, 23/10/2008)


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