Minúsculos satélites artificiais em formato de cubo, medindo apenas 10x10x10 centímetros e pesando menos de um quilograma, deverão ser as estrelas de uma nova fase das pesquisas atmosféricas e do clima espacial.
Microssatélites artificiais
A primeira missão dessa nova geração dos chamados CubeSats acaba de ser agendada para Dezembro de 2009, que será lançada a bordo de um foguete Minotauro-4 a partir de uma base em Kodiak, no Alaska. A iniciativa é das universidades da Califórnia e Stanford e conta com o apoio da NASA.
A categoria de microssatélites foi criada para incentivar e viabilizar a participação de universidades do mundo todo nas pesquisas espaciais. Enquanto a construção e lançamento de um satélite artificial tradicional custa centenas de milhões de dólares, já existem plataformas para CubeSats disponíveis em forma de kit que podem ser comprados pelo preço de um notebook.
Treinamento de cientistas espaciais
Segundo os cientistas que estudam o clima terrestre e espacial, os CubeSats têm o potencial para serem excelentes plataformas para pequenas missões científicas e para o desenvolvimento de novas tecnologias e testes de novos tipos de sensores, além de servirem como ferramenta educativa para o desenvolvimento de mão-de-obra especializada no projeto, fabricação e lançamento de missões espaciais.
"Um dos objetivos é ajudar a treinar futuros cientistas espaciais e engenheiros aeronáuticos," afirmou Therese Moretto Jorgensen, da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos, que está financiando o lançamento marcado para o ano que vem. "Os CubeSats irão ajudar a responder questões sobre o clima espacial, como a causa de distúrbios na ionosfera e o aumento e declínio dos cinturões de radiação da Terra durante as tempestades magnéticas."
Estudo do clima espacial
A primeira missão, batizada de RAX (Radio Aurora Explorer) utilizará três CubeSats. "Com sinais de poderosos transmissores no solo, que serão recebidos no espaço [pelos CubeSats], os pesquisadores farão medições inéditas de pequenas estruturas na ionosfera que podem impactar negativamente os sinais de comunicação e navegação," explica Jorgensen.
(Inovação Tecnológica, 23/10/2008)