O Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas vai investir nos próximos dois anos 188,75 milhões de euros no sector da floresta. A medida foi hoje apresentada segundo o Plano Nacional de Prevenção Estrutural (PNPE). O montante vai ser investido na defesa da floresta através da criação de um dispositivo integrado. Vai haver o reforço de equipas que trabalham no terreno, como os GAUF (Grupo de Análise do Uso do Fogo), GeFoCo (Grupo de Especialistas de Fogo Controlado), os Sapadores Florestais e outros agentes, como as forças armadas.
Segundo o PNPE, no final do próximo biénio, 2009-2010, o dispositivo de defesa das florestas terá um total de 2180 elementos. O plano prevê também "reforçar o papel dos governos civis e dos municípios" com a criação de comissões distritais de defesa da floresta, os planos distritais integrados e o surgimento em todas as autarquias de planos municipais da floresta contra incêndios.
Estão destinados para as autarquias 7,8 milhões de euros para o ano, o montante vai aumentar gradualmente, chegando aos 8,3 milhões de euros em 2012.
Alargamento da área florestal protegida
No âmbito do programa vão ser ainda realizadas acções de sensibilização à população, que têm como público-alvo o universo dos portugueses, as escolas e públicos específicos como agricultores, proprietários e associações florestais.
O acordo de parceria com o movimento ECO (Empresas Contra os Fogos) será também reforçado. O programa estabelece metas e pretende, até 2010, gerir 27 mil hectares de matas públicas, planear 500 mil hectares da área florestal e integrar 500 mil hectares de território em Zona de Intervenção Florestal (ZIF).
No âmbito da defesa dos territórios florestais vão ser geridos 25 mil novos hectares, dos quais três mil com fogo controlado, beneficiados 12 mil quilómetros de caminhos e valorizados 600 pontos de água.
No próximo ano deverão estar defendidos 600 mil hectares de espaços florestais, valor que subirá para 750 mil em 2010.
No final da apresentação, o ministro da Agricultura, Jaime Silva disse aos jornalistas que por agora só estão disponíveis os 188,75 milhões de euros. Mas, se existirem mais candidaturas, Portugal "negociará com Bruxelas para disponibilizar mais dinheiro".
"Na parte dos investimentos florestais já começamos a abrir concursos das candidaturas, nas quais está disponível determinada quantia, que será aumentada se tivermos maior aderência", afirmou.
No próximo biénio o Fundo Florestal Permanente vai ter um "novo impulso" ao ser apoiado com 31 milhões de euros. Segundo Jaime Silva, o investimento que vai ser feito nos próximos dois anos será fundamental para se dar "um salto qualitativo na gestão activa da floresta".
O Plano de Prevenção Estrutural da Floresta vai receber, até 2013/2015, um investimento público de 468 milhões de euros, sustentados no PRODER, Plano de Desenvolvimento Rural em execução.
(Lusa, Ecosfera, 23/10/2008)