O mundo deveria, inspirando-se nas medidas adotadas pelo governo de Franklin Roosevelt contra a Grande Depressão nos EUA, financiar um "Novo Acordo Verde" para combater a mudança climática, segundo proposta de uma agência da Organização das Nações Unidas.
Uma iniciativa de dois anos do Programa Ambiental da ONU, lançada na quarta-feira, visa a promover a pesquisa sobre ferramentas de mercado, como o esquema europeu de créditos de carbono, criado em 2005, para ajudar o meio ambiente.
Isso porque os esforços políticos contra a poluição, destruição de florestas e mudanças climáticas se provaram "totalmente inadequados", segundo Achim Steiner, diretor-executivo da agência. Ele lembrou que em poucas semanas foi possível mobilizar um enorme resgate do sistema bancário, enquanto a reação à mudança climática continua lenta.
Entre 1981 e 2005, a economia global mais do que dobrou, mas 60 por cento dos ecossistemas mundiais (como florestas e estoques pesqueiros) foram degradados ou super-utilizados. "Este é o balanço do nosso planeta atualmente", disse ele.
Um tratado que suceda ao Protocolo de Kyoto, a ser definido no final de 2009 em Copenhague, parece agora mais remoto do que há um ano, na opinião de Steiner.
"Estamos mais longe de um acordo em Copenhague do que estávamos ao final da conferência de Bali ."
Segundo ele, porém, a falta de avanços não significa que não haverá tratado. "A dificuldade é que não há acordo baseado apenas no interesse nacional. Falando bem francamente, os níveis de financiamento que estão sendo atualmente discutidos são totalmente inadequados para permitir que tal acordo surja."
O ministro britânico do Meio Ambiente, Hilary Benn, anfitrião da cerimônia de lançamento, disse que a proposta do Programa Ambiental da ONU está sintonizada com o pensamento de Roosevelt, que disse, como citou o ministro: "A nação que destrói o seu solo destrói a si mesma."
(Por Gerard Wynn, Reuters, 22/10/2008)