Ação investiga crimes ambientais na região da Grande FlorianópolisA Polícia Federal (PF) ganhou um novo prazo para concluir as investigações da Operação Dríade, ação que investiga crimes ambientais na região da Grande Florianópolis. A Justiça Federal estabeleceu o dia 14 de dezembro para a conclusão do inquérito e envio à Vara Federal Ambiental de Florianópolis.
O prazo inicial de 30 dias venceu no dia 17 deste mês e o delegado Rafael Medeiros Rataichesck, da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais, pediu a sua prorrogação, autorizada pela juíza Marjôrie Cristina da Silva.
Segundo a assessoria de comunicação da Superintendência da PF, os policiais que trabalham no caso seguem ouvindo testemunhas e investigados, e também analisam documentos apreendidos. Na semana passada, a PF cumpriu um novo mandado de busca e apreensão relacionado à operação na sede da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), no centro da Capital.
O processo ambiental apreendido e que será investigado no mesmo inquérito é da empresa Schaefer Yachts, de acordo com a Fatma. A ampliação da investigação é criticada pelo advogado criminalista de Florianópolis, Cláudio Gastão da Rosa Filho, defensor da empresa Proactiva, que opera o aterro sanitário de Tijuquinhas (o "lixão" de Biguaçu).
Para Gastão, essa situação de ainda não haver acusação formal causa prejuízos à empresa como o cancelamento de contratos. O advogado entende que podem ocorrer danos irreparáveis à imagem da empresa, a qual, de acordo com ele, sempre zelou pelos cuidados ao meio-ambiente. Gastão pretende entrar com recurso contra a prorrogação do inquérito no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.
Os 14 suspeitos de crimes ambientais e contra a administração pública em Biguaçu são empresários, políticos e servidores públicos. Eles estão em liberdade e negam os supostos crimes. Os defensores afirmam que houve confusão na investigação policial em escutas telefônicas e que os fatos sob suspeita são regulares.
O delegado Rafael Rataichesck, que comanda os trabalhos, ainda não se manifestou sobre as declarações dos suspeitos. Para a chefia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Santa Catarina, os crimes investigados são graves, principalmente em torno do aterro sanitário de Biguaçu que recebe 800 toneladas de detritos de 21 municípios, entre eles Florianópolis.
(Por Diogo Vargas,
Diário Catarinense, 21/10/2008)