A maior artéria de Copenhaga vai ser fechada ao trânsito de automóveis particulares, passando a ser exclusiva a bicicletas e transportes públicos, uma iniciativa da Câmara Municipal da capital dinamarquesa.
O projecto, que na fase experimental terá a duração de três meses, pretende "facilitar o tráfego de autocarros e de bicicletas" em Nørrebrogade, a maior artéria da capital dinamarquesa com 14,3 quilómetros de extensão, esclareceu a Embaixada da Dinamarca em Portugal num comunicado.
Segundo o vereador do Ambiente e Tecnologia da Câmara de Copenhaga, Klaus Bondamesta: "Esta iniciativa vai ajudar a resolver os crescentes problemas de trânsito que temos em Copenhaga. Ao mesmo tempo vai tornar as coisas mais fáceis para os ciclistas".
A estrada é percorrida diariamente por "33 mil ciclistas, 65 mil passageiros de transportes públicos e 17 mil carros pessoais", refere o documento da Embaixada, acrescentado que esta iniciativa pretende ser um teste para que no início do próximo ano o encerramento seja permanente.
Quanto às alternativas a esta estrada, a Embaixada afirmou que "os automobilistas que normalmente usam Nørrebrogade como uma estrada de passagem diária não receberam indicações explícitas sobre alternativas, mas sugere-se o uso de outras estradas - Tagensvej e Åboulevarden" e dos transportes públicos, que são "muito bons".
”Exemplo para o resto do mundo”
Actualmente, 36 por cento dos 500 mil habitantes de Copenhaga desloca-se para o trabalho de bicicleta por ser um meio de transporte "barato, fácil de manobrar e uma óptima forma de transportar sacos de compras e até crianças".
Se a avaliação deste projecto for positiva, a autarquia de Copenhaga pretende alargar o encerramento às outras duas maiores vias da cidade: Amagerbrogade e Østerbrogade, e conseguir que metade da população se desloque de bicicleta em 2015.
Copenhaga pretende ser reconhecida como "a metrópole mais amiga do ambiente e tornar-se um exemplo para o resto do mundo", adianta o comunicado, que também faz referência à COP15, uma cimeira das Nações Unidas sobre as alterações climáticas, que vai ser realizada em Copenhaga em Dezembro de 2009.
Copenhaga tem, aproximadamente, 400 quilómetros de pistas exclusivas para bicicletas (ciclovias).
Como termo de comparação, Lisboa, com uma população semelhante à da capital dinamarquesa, tem cerca de sete quilómetros de pistas cicláveis e a Câmara Municipal (CML) prevê que, no final deste ano, estejam concluídos mais 19 quilómetros. A autarquia pretende ter 80 quilómetros de ciclovias até final de 2009.
Várias entidades ligadas ao cicloturismo disseram não ter qualquer estimativa sobre o número de pessoas que usam bicicletas em Lisboa.
(Lusa, Ecosfera, 22/10/2008)