Os ministros do Meio Ambiente da UE (União Européia) iniciaram na segunda-feira (21) uma negociação para superar as diferenças sobre as medidas que cada um dos 27 membros do bloco pretende adotar em dezembro com o objetivo de pôr em prática o plano europeu contra a mudança climática.
Às tradicionais reservas de muitos dos países da Europa oriental, que temem o impacto dessas medidas sobre sua economia, somam-se às de outros como a Itália e Alemanha, preocupados com conseqüências dessas propostas em plena crise financeira.
A primeira reunião de ministros desde a cúpula européia da semana passada, onde se confirmaram os objetivos da União contra o aquecimento global, evidenciou que será preciso muita vontade política para resolver, nos dois próximos meses, os assuntos mais controvertidos.
O ministro francês de Ecologia, Jean-Louis Borloo, cujo país preside a UE neste semestre, afirmou que a reunião permitiu constatar que os países querem convergir em suas posições e chegar a um acordo no prazo previsto.
A titular espanhola, Elena Espinosa, afirmou que os 27 países devem impedir as tentativas de atrasar a aplicação dos planos e ressaltou que a crise econômica não pode ser usada como pretexto para não cumpri-los.
Espinosa disse que a Espanha está disposta a ser flexível em alguns pontos, mas advertiu que não admitirá mudanças na data de referência que servirá para medir os progressos da indústria em reduzir as emissões de CO2 (dióxido de carbono).
Trâmite - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, propôs o adiamento para a cúpula de dezembro o acordo final dos planos contra a mudança climática, o que fará necessária a unanimidade e permitirá a qualquer país impor seu veto.
No debate de ontem, os ministros da Itália e da Polônia, que já ameaçaram recorrer a essa opção, falaram abertamente em adiar para além de dezembro o acordo, caso não se alcance um pacto 'factível'.
A Europa se comprometeu a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 20% até, 2020 em relação aos níveis de 1990. Além disso, estabeleceu, para o mesmo ano, que 20% da energia final consumida na região seja originada de fontes renováveis.
(Folha Online, AmbienteBrasil, 22/10/2008)