O presidente em exercício da União Europeia, Nicolas Sarkozy, insistiu hoje no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na necessidade de procurar uma “flexibilidade” que permita respeitar os objectivos e o calendário para a adopção do plano europeu sobre o clima.
“Temos que encontrar os caminhos e os meios da flexibilidade em duas linhas: o respeito pelos objectivos e o respeito pelo calendário”, declarou Sarkozy.
“Ainda temos algumas semanas para convencer um certo número dos nossos parceiros, que têm preocupações que eu compreendo”, acrescentou. “Não podemos criar condições de compromisso sem compreender o que dizem aqueles que não estão de acordo connosco”, salientou.
Os dirigentes europeus confirmaram na cimeira europeia da semana passada que o plano europeu de luta contra as alterações climáticas deverá ser adoptado durante o Conselho Europeu de 11 e 12 de Dezembro, apesar das críticas de vários países como a Itália e a Polónia.
A dificuldade das negociações tem a ver com a forma como a União Europeia pretende cumprir as metas a que se propôs em Março deste ano: até 2020 deve reduzir as suas emissões em 20 por cento, deve aumentar em 20 por cento o consumo energético a partir de renováveis e a eficiência energética.
“Se a Europa não fizer esforços, as nossas hipóteses de convencer o resto do mundo de que é preciso preservar o planeta são nulas”, salientou o Presidente francês. “Se a Europa não for um exemplo, não será ouvida e respeitada. E se não fizermos esse trabalho, ninguém o fará por nós”, insistiu.
Hoje, a ministra do Ambiente italiana, Stefania Prestigiacomo, voltou a referir as desvantagens do plano climático europeu. Em entrevista ao jornal “Il Sole-24 Ore” falou das deslocalizações de empresas. “O principal risco é a deslocalização”, salientou, acrescentando que “todos os sectores manufactureiros estão ameaçados”.
(AFP, Ecosfera, 21/10/2008)