Uma série de possíveis efeitos, no setor agrícola brasileiro, da crise financeira internacional foi apresentada há pouco por parlamentares durante comissão geral no Plenário da Câmara. O deputado Celso Maldaner (PMDB-SC), por exemplo, manifestou preocupação com o financiamento das safras e reclamou da falta de recursos para as agroindústrias do seu Estado.
Segundo ele, os agricultores estão assustados com o aumento dos custos de produção, já que os preços dos insumos dispararam por causa da alta do dólar. Maldaner disse, ainda, que toda a cadeia produtiva do leite poderá entrar em crise.
O deputado João Leão (PP-BA) considerou positiva a desvalorização do real frente ao dólar, mas questionou se essa situação será mantida quando os produtores forem negociar as suas safras. "Eles estão plantando com o dólar a R$ 2,20; será que vão colher com o câmbio nesse mesmo patamar? Se na hora da colheita o dólar estiver a R$ 1,80, o setor agrícola vai quebrar", advertiu.
Neoliberalismo
O deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES) disse que o PT, hoje no governo, sempre criticou os fundamentos que agora dão estabilidade à economia brasileira. "Com os resultados herdados e com a exuberância da economia internacional, passamos por um momento de bonança, e aí quem ficou encantado com neoliberalismo foi o PT", afirmou.
Ele criticou o atual governo por ter, na sua avaliação, interrompido a agenda de reformas estruturais e destinado toda a arrecadação a gastos, reduzindo os investimentos.
Já o líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), elogiou as políticas monetárias e fiscais adotadas pelas autoridades econômicas. "O País pode hoje enfrentar a crise de cabeça erguida, sabendo onde vai caminhar", ressaltou Castro. Ele creditou ao presidente Lula o mérito por "resgatar a credibilidade do Brasil".
(Por Cid Queiroz, Agência Câmara, 21/10/2008)