Na última sexta-feira, a Aracruz e a Votorantim Celulose e Papel (VCP) anunciaram prejuízos durante o balanço relativo ao terceiro trimestre deste ano de cada empresa. Com isso, a VCP estuda o adiamento de sua fábrica no Estado, a ser instalada em Rio Grande ou Arroio Grande, enquanto a Aracruz suspendeu temporariamente a ampliação de sua fábrica de Guaíba.
Entretanto, a Aracruz afirma que o cronograma estipulado para a implantação do terminal de celulose, em São José do Norte, não será alterado. Segundo o consultor de Infra-estrutura e Logística da Aracruz, Roberto Hallal, apenas a quantidade exportada será diminuída, uma vez que a ampliação prevista à fábrica de Guaíba deverá ser adiada por até um ano. "Não há mudanças estabelecidas para a obra. A mudança é quanto à quantidade a ser operada. Com esta determinação (de não ampliar agora a fábrica de Guaíba) o terminal de São José do Norte terá uma movimentação menor de carga. Este será responsável pela exportação que atualmente já é feita pelo Porto do Rio Grande", argumenta.
A previsão inicial era de escoar cerca de 900 mil toneladas por ano através do terminal de São José do Norte. Com as mudanças estabelecidas frente à crise financeira global, a operação deve ser reduzida pela metade, em aproximadamente 450 mil toneladas/ano.
Ele diz que o pequeno atraso no cronograma de obra do terminal dá-se pela liberação da licença ambiental por parte da Fepam. "Assim que a Aracruz obtiver tal autorização será iniciada a obra", garante o consultor da empresa.
São José do Norte abrigará um terminal marítimo privativo especializado para exportação de celulose, com operação prevista para o segundo semestre de 2010, segundo a Aracruz.
O terminal, orçado em R$ 120 milhões, deverá ser construído em uma área de 64 hectares, com início das obras previsto para o primeiro trimestre de 2009. Durante a implantação, poderão ser gerados cerca de 850 empregos diretos e 4,2 mil indiretos. Quando estiver em operação, esses números passam para 130 diretos e 650 indiretos.
Terminal na Barra Nova
Já a VCP deve participar da licitação da Superintendência do Porto do Rio Grande que visa ao arrendamento de um espaço na Barra Nova para a construção de um terminal de celulose, em Rio Grande. Mesmo com o possível adiamento da instalação da fábrica na região, o Porto diz que a licitação do espaço permanece em andamento, "pois até o momento a SUPRG não recebeu nenhum comunicado oficial", afirma o assessor de imprensa, Alan Bastos.
(Por Mônica Caldeira, Jornal Agora, 21/10/2008)