Trabalhadores rurais ligados a movimentos sociais de luta pela terra ocuparam novamente as dependências da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Belém, na manhã desta segunda-feira (20). Os manifestantes, oriundos do Norte e Nordeste do Pará, vieram à capital para participar do 'Encontro Estadual do Movimento dos Sem-Terrinha', ocorrido no dia 15 deste mês. A manifestação está sendo liderada pelo Fórum de Luta pela Reforma Agrária, formado a partir de uma dissidência da Federação dos Trabalhadores em Agricultura Familiar (Fetraf).
Acampados na Praça da Leitura desde a última quinta-feira, os manifestantes saíram em caminhada por volta das 9h da manhã até a sede do órgão. Exigindo o cumprimento de uma pauta que já completa um ano, cerca de 500 famílias estão dispostas a permanecer no local até que sejam atendidos pelo próprio superintendente, Elielson Pereira da Silva.
"Trouxemos comida e colchões e ficaremos o tempo que for necessário", avisa Carla Lagoia, coordenadora estadual do Fórum de Luta pela Reforma Agrária. Segundo a coordenadora, dentre as principais reivindicações estão a aceleração do processo de reforma agrária, a desapropriação imediata dos acampamentos em Capitão Poço e no Acará e escola e educação para as crianças, os "sem-terrinhas". Armados com facões e pedaços de madeira, os manifestantes impediam a entrada de funcionários do Instituto e dificultavam a aproximação da imprensa.
A assessoria do Incra declarou que não existem pendências e que estas reivindicações já foram cumpridas pelo órgão, mas tentará formalizar acordo junto aos manifestantes. Segundo informações da assessoria, o o superintendente regional está viajando.
(Diário do Pará, 20/10/2008)