A demissão de trabalhadores da manutenção do Parque Estadual de Itapuã que moram na Vila Itapuã levantou suspeitas na comunidade de que o governo do Estado tinha intenção de fechar a unidade de conservação. 'O parque não vai fechar em hipótese alguma', garantiu ontem o diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Rafael Ferreira. Os 5.566 hectares abrigam uma diversidade de paisagens e ecossistemas compostos de morros, praias, dunas, lagoas e banhados, com número significativo de espécies raras e ameaçadas de extinção. Os visitantes podem usufruir das praias de águas doces ao longo do Guaíba – Pombas e Pedreira – e da Praia de Fora, banhada pela Laguna dos Patos, além de quatro trilhas ecológicas.
Segundo Ferreira, dia 13 se encerrou o contrato da empresa terceirizada que prestava serviços de manuntenção e tinha 42 funcionários. 'Nova licitação está em andamento e até a conclusão do processo foram deslocados 22 servidores da Sema, de outras unidades de conservação e agentes administrativos, para atender ao Itapuã, que se prepara para o início da temporada de verão, em novembro.'
Dono do armazém Viegas há 22 anos, localizado na estrada a caminho do parque, Manoel Viegas Sanhudo, 86, afirmou que não há movimento de visitantes e criticou a falta de informações. 'Não há restaurante ou lancheria no parque. As pessoas têm que ir comprar comida. Os que saem precisam pagar a entrada – de R$ 4,12 – de novo. Aí, nem voltam e perdem o passeio', contou. A esposa de Sanhudo, Zélia Fátima Ebatz, 41, conhece muitos dos funcionários que cumprem aviso prévio e afirmou que são pessoas simples e precisam do emprego.
Ferreira ressaltou que a empresa que vencer a licitação deverá atender ao plano de manejo da reserva, que prioriza a contratação de moradores locais. Disse que o movimento no parque ocorre entre novembro e março. 'Durante o ano, são agendadas visitas escolares.'
(Correio do Povo, 21/10/2008)