A Aracruz confirmou, ontem, que a decisão de suspender os investimentos na unidade de Guaíba também trará impacto significativo a Barra do Ribeiro e São Gabriel. Conforme o gerente regional florestal da empresa, Renato Alfonso Rostirolla, 'será mantido o mínimo possível de atividade' em 2009, o que resultará em corte de 60% no efetivo. Em Barra do Ribeiro, a Aracruz tem seu viveiro de mudas e, em São Gabriel, a área de cultivo de florestas.
Em reunião, ontem, em Guaíba, a Aracruz apresentou a lideranças locais, fornecedores e autoridades os motivos que levaram à suspensão do projeto. Para o prefeito de Barra do Ribeiro, Anacleto Miliscewski, a primeira conseqüência será o aumento do desemprego. 'Não temos capacidade de dimensionar a perda, nem a quantidade de pessoas que serão demitidas do viveiro e das empreiteiras que prestariam serviços para a Aracruz.' Segundo ele, o prejuízo de desenvolvimento e arrecadação também é claro já que 30 indústrias que se instalariam na região em função do empreendimento também adiaram seus projetos.
Em Guaíba, os empresários e produtores rurais vivem momento de consternação. Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Cláudio Fichtner, aqueles que já tinham vínculo com a Unidade 1 permanecem trabalhando normalmente. 'Estamos confiantes na retomada futura do investimento', apostou. Rostirolla reiterou que o impacto será sentido entre os fornecedores que negociavam novos contratos. 'Estes ficam suspensos. Os outros terão redução significativa do ritmo, possivelmente em torno de 90%', disse o gerente da empresa, que foi rebaixada na classifcação de risco de crédito Moody’s.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Rural de Guaíba, Eloi Flores, sugeriu cautela ao definir as prioridades e avaliar os custos para manter o equilíbrio e redefinir o ritmo. 'O que íamos fazer em dois anos, talvez tenhamos de fazer em três ou quatro', completou.
(Correio do Povo, 21/10/2008)