O zoneamento federal para o cultivo da cana-de-açúcar, realizado pela Embrapa, detectou a existência de 37 milhões de hectares disponíveis para o plantio em todo o território nacional. São áreas de pastagens degradadas, mas totalmente aptas para o plantio da cana, com destaque para terras disponíveis nos Estados do Mato Grosso, Maranhão, Paraná e Rio Grande do Sul.
O zoneamento restringe totalmente o cultivo de cana no bioma amazônico e no Pantanal, com exceção de áreas onde já existem usinas. Segundo o jornal Valor Econômico do dia 9 de outubro, o estudo sugere restringir o cultivo da cana em áreas com temperatura média anual abaixo de 19º Celsius e risco de geadas acima de 15%, além de excluir regiões com baixa deficiência hídrica, superior a 120 dias entre setembro e março.
Ainda de acordo com o jornal, o zoneamento desestimula incentivos em zonas de reservas florestais e beiras de rio, e recomenda o uso de terras com declividade máxima de 12% para incentivar a mecanização e evitar queimadas nas futuras áreas de produção. As regiões mais favoráveis destacadas no zoneamento são aquelas com média anual de temperatura acima de 20º Celsius, produtividade superior a 60 toneladas por hectare, risco de geada menor que 15% e irrigação de "salvamento" (após o plantio) em áreas de Cerrado.
As áreas de exclusão devem sofrer limitações de financiamento do BNDES à construção ou ampliação de usinas de etanol, restrições na concessão de crédito rural ao plantio de cana e redução na cobertura de seguro oficial. O zoneamento federal está em análise pelo governo. Segundo o Valor, o único ponto de desacordo se deu entre os Ministérios da Agricultura e o do Meio Ambiente e está relacionado à permissão ao plantio de cana-de-açúcar em algumas áreas dentro da bacia do rio Paraguai.
(Inovação Unicamp, 20/10/2008)