Conhecer a realidade da floresta e de suas populações e colher informações e dados diretamente em campo são atividades indispensáveis para o trabalho de conservação da natureza. Para isso, periodicamente o WWF-Brasil organiza expedições a áreas consideradas prioritárias para a preservação da floresta amazônica. Na sexta-feira (17) uma equipe de 65 pessoas partiram de Manaus/AM, em direção ao médio rio Negro, na Expedição Mariuá-Jauaperi, que passará por duas regiões distintas: o Arquipélago de Mariuá e a área prevista para a Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi. Essa expedição deve terminar no dia 15 de novembro, e será possível acompanhar diariamente todos os passos no blog do WWF-Brasil, no site wwf.org.br.
Durante as duas primeiras semanas de expedição, a equipe de técnicos e pesquisadores visitará o Arquipélago de Mariuá, considerado o maior arquipélago fluvial do mundo e um armazém de diversidade biológica. O arquipélago é um mosaico de ecossistemas de águas pretas que estão entre os mais frágeis da Amazônia e incluem rios, lagos, florestas inundadas, praias arenosas, campos e pântanos. São mais de 1.400 ilhas, que apresentam rica diversidade sociocultural, com cerca de 30 comunidades de ribeirinhos e indígenas que dependem dos recursos naturais para viver.
O WWF-Brasil e a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) do Amazonas sugeriram ao Ministério do Meio Ambiente a inclusão do Arquipélago de Mariuá na lista de Zonas Úmidas de Importância Internacional, de acordo com a Convenção de Zonas Úmidas de Importância Internacional das Nações Unidas. Esse acordo internacional, chamado de Convenção Ramsar, em homenagem à cidade do Irã onde foi assinada em 1971, tem como objetivo zelar pela conservação e o uso racional de todas as zonas úmidas classificadas por meio de ação local, regional e nacional.
Nas duas últimas semanas, a Expedição Mariuá-Jauaperi vai visitar as comunidades que vivem na área em que está prevista a criação da Reserva Extrativista Rio Branco-Jauaperi. O objetivo é reconhecer as demandas das populações locais, além da importância ecológica da região, para subsidiar as decisões de criação ou não da unidade de conservação. A Resex foi solicitada pelos comunitários em 2001, os estudos de criação já foram realizados, assim como as audiências públicas, mas a criação efetiva da unidade está aguardando posicionamento da Casa Civil da Presidência da República. A demora decorre do interesse manifestado pelo Ministério de Minas e Energias no potencial hidrelétrico do rio Branco.
“Com toda a diversidade de temas ecológicos e sociais presentes na região visitada, a expectativa do WWF-Brasil é de que a Expedição Mariuá-Jauaperi será uma grande contribuição para a preservação do médio rio Negro, região única pela complexidade ecológica e rica biodiversidade”, afirma a secretária-geral da organização, Denise Hamú. Além das informações diárias do blog, enviadas pela repórter de campo, todos os dias serão divulgadas fotos exclusivas sobre essa região ainda pouco conhecida.
Parceiros
A expedição é realizada em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS-AM), Instituto Socioambiental (ISA) e Fundação Vitória Amazônica (FVA).
(WWF-Brasil, 18/10/2008)