A construtora brasileira Odebrecht insistiu neste domingo (19/10) em sua disposição para que se realize um estudo independente para determinar as causas dos erros na central hidrelétrica de San Francisco, motivo de um desentendimento com o governo do Equador.
A Odebrecht sustenta que os danos poderiam ter acontecido por várias causas, por isso reiterou a possibilidade de um estudo independente, segundo a televisão local Ecuavisa. "A Odebrecth sempre esteve e continua à disposição do governo equatoriano para que tais averiguações sejam realizadas por uma instituição independente", acrescenta.
A empresa brasileira lamentou que o caso tenha degenerado em decretos presidenciais que afetaram pessoas que, segundo dizem, não estão envolvidas no projeto San Francisco pois, entre outras, foram cancelados "outros contratos da Odebrecht que estavam em execução normal, dentro dos prazos previstos".
O presidente do Equador, Rafael Correa, ratificou ontem que o problema em torno da central hidrelétrica San Francisco, é um assunto entre o Estado e uma empresa privada "que descumpriu seu contrato" e não de Estado para Estado.
Hidrelétrica
A central hidrelétrica retomou na quinta-feira suas operações após quase cinco meses de paralisação. "Está gerando 212 megawatts", disse o presidente do FISE (Fundo de Solidariedade), Jorge Glass, destacando que ainda estão sendo feitos reparos na unidade.
A usina havia suspendido suas atividades em 6 de junho passado. "Os reparos que fizemos são prioritários, para podermos gerar (energia) em época de estiagem, mas será preciso realizar obras definitivas no próximo ano, que consistem em reforçar e recobrir o túnel", disse.
Correa expulsou a Odebrecht e a estatal brasileira Furnas do país em setembro passado, alegando uma série de irregularidades na obra da construtora em San Francisco.
Segundo o secretário de Combate à Corrupção, Alfredo Vera, os reparos em San Francisco vão custar entre US$ 20 milhões e US$ 25 milhões. "A intenção da Odebrecht é que o Estado assuma o custo dos reparos, que são da responsabilidade da construtora", informou Glass.
O governo equatoriano também exige da Odebrecht o pagamento do prejuízo pelos dias de paralisação da hidrelétrica de San Francisco.
(Efe, Folha Online, com France Presse, 19/10/2008)