Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP)
Ano: 2008
Autor: Rodrigo Estevam Munhoz de Almeida
Contato: rodrigotxarli@yahoo.com.br
Resumo: No Cerrado do Oeste baiano o clima dificulta a formação de palhada para o plantio direto. O consórcio de culturas é uma alternativa à limitação do clima, por produzir biomassa ao sistema. Os cotonicultores dessa região utilizam o milho para rotação e, em alguns casos, para formação de palha, com adubação exclusiva na semeadura em solos arenosos, baixo teor de matéria orgânica e precipitação média de 1.500 mm. Realizaram-se duas pesquisas: (i) produtividade de milho e de resíduos em razão do sistema de produção e da dose de nitrogênio e (ii) balanço de nitrogênio (15N) em sistemas de cultivo de milho solteiro e consorciado com braquiária. O objetivo da primeira foi avaliar o uso de doses de N na semeadura, em milho solteiro e consorciado com braquiária, em São Desidério, BA; para implantar o plantio direto. Adotou-se o delineamento de blocos ao acaso, com dez tratamentos e quatro repetições; T1: milho sem nitrogênio; T2: milho-braquiária sem N; T3: milho com 50 kg ha-1 N; T4: milhobraquiária com 50 kg ha-1 N; T5: milho com 100 kg ha-1 N; T6: milho-braquiária com 100 kg ha-1 N; T7: milho com 150 kg ha-1 N; T8: milho-braquiária com 150 kg ha-1 N; T9: milho com 200 kg ha-1 N; T10: milho-braquiária com 200 kg ha-1 N. Avaliou-se produtividade, extração e exportação de nitrogênio, produção de biomassa e extração de N pela forrageira e a correlação ente a quantidade determinada e estimada de N nos grãos. O consórcio foi eficiente para a formação de palhada (5.056 kg ha-1) para adoção do plantio direto; o milho respondeu ao uso de 50 kg ha-1 nitrogênio, independentemente do sistema de cultivo e a braquiária não respondeu a adubação; a extração de nitrogênio nos sistemas de cultivo foi prejudicada apenas na ausência do nutriente, enquanto a exportação reduziu no cultivo consorciado, somente sem N; a estimativa de exportação de N pode ser obtida pela expressão: NGE = PG x 0,09 x 0,16. A segunda pesquisa objetivou avaliar a dinâmica do N com a aplicação de 150 kg ha-1 de 15N-uréia na semeadura do milho solteiro e consorciado com braquiária no mesmo local. Adotou-se o delineamento de blocos ao acaso, com dois tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram; T1: milho solteiro e T2: milho-braquiária, com 150 kg ha-1 de 15N - uréia na semeadura. Avaliou-se o acúmulo de 15N na parte aérea e raízes; a EUFN pelo milho e braquiária e a quantidade residual no solo proveniente do fertilizante. A braquiária em consórcio com o milho não restringiu a disponibilidade de N. A EUFN variou entre 60,4% no consórcio e 64,8% no milho solteiro. A braquiária recuperou 1,4% do 15N aplicado. A RFNS foi de 18% e 25% para milho solteiro e consorciado. O 15N não recuperado foi de 25,5 kg ha-1 de N no milho solteiro e 19,5 kg ha-1 no consórcio com braquiária.