A criação de créditos comercializáveis para a preservação de florestas, manguezais e espécies ameaçadas deve atrair cada vez mais investidores interessados em combater o aquecimento global, diz o diretor de um mercado neozelandês de créditos de carbono.
O mercado do carbono, que já movimenta mais de 60 bilhões de dólares por ano, permite que empresas comprem créditos relativos a projetos de controle climático de países em desenvolvimento, como forma de compensar suas próprias emissões acima de determinados limites.
Mas há também uma crescente demanda por projetos de preservação e recuperação de florestas, rios e ecossistemas. Em troca disso, os responsáveis vendem créditos, o que pode representar um expressivo crescimento para o mercado das emissões, em busca de novos produtos.
"Isso não diz respeito só à biodiversidade em termos de plantas. Mesmo a biodiversidade de espécies e da água serão grandes questões no futuro, então estamos procurando produtos em todas essas áreas", disse Mark Franklin, presidente-executivo da agência TZ1.
A TZ1 é muito ligada à NZX, que opera a Bolsa neozelandesa. A empresa pretende lançar formalmente a sua própria Bolsa de carbono usando a infra-estrutura da NZX, até o primeiro trimestre de 2009.
A TZ1 também administra um dos quatro registros globais para o padrão voluntário do carbono, criado por entidades internacionais e ambientais para medir as emissões de carbono e convertê-las em unidades comercializáveis.
"Um crédito da biodiversidade é um pouco como a compensação de emissões, mas é algo para alguém que esteja disposto a investir para os propósitos da próxima geração", disse Franklin.
"É incrível como isso já está acontecendo agora, com boa-vontade e dando dinheiro para boas causas, e não como uma iniciativa comercial que tem um retorno", disse ele à Reuters em Auckland.
De acordo com Franklin, os esquemas de conservação do crédito devem durar por cerca de 50 anos para serem atraentes.
(JB Online, Ambiente Brasil, 18/10/2008)