(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
uso racional da água mídia e sustentabilidade
2008-10-20

Um insumo indispensável para a vida, mas tratado de forma absolutamente inadequada. A nada difícil conclusão veio após a mesa redonda "Água no Século XXI", que fez parte do ciclo de palestras dedicadas ao tema na sexta-feira (17), durante o Encontro Latino-Americano de Comunicação e Sustentabilidade. "Devemos pensar em todos os usos da água, que serve para a manutenção de todos os ecossistemas. Sem ela, não existe vida nenhuma, a começar da intra-uterina. Ficamos dentro d'água na barriga da nossa mãe. A água é um fator de felicidade para o ser humano", lembrou Cecy Oliveira, diretora da revista digital Águaonline.

A jornalista passou a mostrar para a platéia dados relevantes sobre a água na natureza: apenas 1% dela é doce, ou seja, adequada para o consumo de humanos, plantas e animais. Dos 99% restantes, 2% estão nas geleiras e os outros 97% é a água salgada dos mares e oceanos. Por conta da desocupação desigual, 40 países convivem com o stress hídrico. São locais em que o consumo do precioso líqüido supera em 20% sua disponibilidade.

Outro fato alarmante é que simplesmente 1/3 da população terrestre, ou cerca de 2 bilhões de pessoas, não consome água de qualidade. Em termos de América Latina, mais de 135 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e a serviços de esgoto sanitário. E o mais triste: mais de 900 crianças morrem por hora no mundo devido a doenças causadas por falta de saneamento.

O uso da água é mais do que irracional. Calcula-se que um europeu consuma, em média, 150 litros por dia. Nos Estados Unidos, uma pessoa gasta espantosos 300 litros diários, enquanto que para a outra ponta, que tem a Índia como exemplo, sobram apenas 25 litros per capita. Na produção industrial, a situação é igualmente alarmante: uma tonelada de papel faz com que uma fábrica gaste entre 220 mil e 380 mil litros. Uma simples tonelada de cimento exige 3.500 litros de água.

A platéia de jornalistas e comunicadores engoliu em seco ao saber que 2 bilhões de pessoas bebem uma água que nenhum deles usaria para lavar o carro em casa, enquanto outros 1,2 bilhão gostariam de ter pelo menos esta água à sua disposição. A falta crônica deste elemento é uma porta aberta para a contaminação do ar, que mata 3 milhões de pessoas, seguida pela Aids (2,7 milhões) e doenças diarréicas como a cólera (2,2 milhões).

A maneira negativa como pessoas e administrações municipais enxergam a água provoca sua utilização inadequada. Quem está em casa dá valor ao insumo só quando ele falta ou quando chega a conta (alta!) no fim do mês. Na hora do passeio, o desejo é apenas de muito sol, sem levar em conta de que estiagem prolongada também não é nada bom. Para as prefeituras, rios e lagos são obstáculos ao desenvolvimento e tráfego de veículos. Nas obras de canalização, as zonas de drenagem são ignoradas e o resultado é conhecido: enchentes, derivadas de chuva abundante e sem condições de ser absorvida pelo solo.

Gestão, a grande saída
A proteção das águas da natureza de maneira sustentável é o único meio de resguardar este bem que permite a existência de vida na Terra. Para esta finalidade, as metas a serem atingidas passam pelo aumento da consciência da sociedade sobre a importância ambiental e social do insumo, difundir informações e reforçar a atuação dos Comitês de Bacia e promover o conhecimento do Sistema de Gestão de Águas.

Quando se fala em gestão hídrica, deve-se levar em consideração aspectos como a outorga (autorização do governo para uso, mediante documento onde são fixados valores, prazos e finalidade), o pré e o enquadramento em si (adequação de projeto para a melhor utilização e conservação do ecossistema) e a cobrança pelo uso (captação de recursos para prover mudanças necessárias). Devem pagar todos aqueles que captam a água diretamente de rios, lagos e poços profundos, os que usam a água para uma atividade econômica e quem lança esgotos no rio e na rede pública.

A lei brasileira estabelece que o abastecimento humano deve prevalecer sobre todos os demais usos. Quando a água começa a faltar nas casas é porque a situação atingiu um nível crítico. A gestão dos recursos hídricos é o instrumento que compatibiliza os diversos usos. Um bom exemplo é a Resolução 49/2008, do Conselho de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul, que acaba de estabelecer condicionantes para a retirada de água da Bacia do rio Gravataí, com prazo de validade até 15 de março de 2009.

As condições precárias da Bacia do Gravataí e a grande demanda de água para a agricultura, especialmente do plantio de arroz, exige um maior controle nas captações para irrigação durante a primavera e o verão em toda a região percorrida por este manancial.

O case ilustra o grande objetivo da gestão hídrica: ter água em quantidade e qualidade para todos os usos.

Saiba mais: Água Online, revista digital da água, do saneamento e do meio ambiente

(Por Mônica Paula, Agência Envolverde, 18/10/2008)
* Mônica Paula é jornalista e foi editora da Agência Estado.


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -