Fornos foram destruídos, segundo chefe da fiscalizaçãoAção apreendeu castanheira, madeira de extração proibida.
Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) destruíram 19 fornos e fecharam três serrarias clandestinas em assentamento de reforma agrária no município de Novo Repartimento, na região central do estado do Pará.
As informações são do coordenador de fiscalização do órgão no estado, Leandro Aranha. “Recebemos uma denúncia da polícia local de que estariam cortando castanheira, madeira cuja extração é proibida”, explica o funcionário. A madeira de castanheira foi encontrada durante a ação, que teve início no começo desta semana e terminou nesta quinta-feira (16).
“Temos observado que nesta região os madeireiros fomentam a atividade carvoeira entre os assentados”, conta o superintendente do Ibama no Pará, Aníbal Picanço. Segundo ele, o carvão produzido ilegalmente é utilizado principalmente no pólo siderúrgico de Carajás. “O Ministério do Meio Ambiente está se articulando com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (responsável pela criação dos assentamentos, por meio do Incra) para adotar uma nova forma de gestão dos assentamentos porque, do jeito que está, não atende nem as expectativas do governo, nem dos assentados”, afirma Picanço. O ponto principal a ser atacado nesta nova estratégia é a criação de alternativas de subsistência para os trabalhadores.
O novo modelo de “reforma agrária sustentável”, como definiu o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, prevê que os assentados recebam formação técnica que lhes permita explorar resinas, óleos e fibras florestais, sem destruir o meio ambiente.
O debate em torno do desmatamento em assentamentos do Incra tem sido mais intenso desde o final do mês passado, quando Minc publicou uma lista dos maiores desmatadores do país, em que áreas do Incra ocupam as seis primeiras posições. A divulgação gerou atrito com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, que argumentou que, considerando a quantidade de famílias que vivem nos assentamentos, não seria justo comparar o desmatamento eventualmente causado por elas à devastação ocasionada por proprietários de grandes extensões de terra.
(Por Dennis Barbosa, Globo Amazônia,
G1, 16/10/2008)