Durante Encontro latino-americano de Comunicação e Sustentabilidade que teve início ontem (16), na capital paulista, a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarou contrária às escolhas do governo brasileiro por investir em fontes de energia cujos impactos à saúde e ao meio ambiente não sejam comprovados.
A senadora afirmou que o emprego das novas tecnologias deve ser reavaliado, de modo a se evitar que faltem às gerações futuras os recursos naturais necessários ao desenvolvimento de suas potencialidades. “Os países ricos são hoje interpelados a uma mudança de consciência pelo mal que já fizeram e o Brasil é interpelado para que se decida sobre o que ainda irá fazer”, afirmou Marina, lembrando que os países desenvolvidos são responsáveis por 80% das atuais emissões de gás carbônico, enquanto nações em desenvolvimento como o Brasil são causadoras dos restantes 20%.
Ainda de acordo com a senadora, as responsabilidades no combate ao aquecimento global e à crise ambiental são comuns e, ao mesmo tempo diferenciadas, cabendo aos brasileiros buscar modelos inovadores de produção de energia, ao invés de seguir o caminho de degradação do meio ambiente apontado pelas grandes potências.
A fala da ex-ministra representa um contraponto às intenções já manifestadas pelo governo Lula de investir na produção de energia nuclear e na exploração de petróleo, a partir de reservas do combustível encontradas em camadas de pré-sal.
“A energia nuclear, além de perigosa, é cara. Assim, embora também sejam custosos os investimentos em pesquisas para produção de energia eólica, solar ou decorrente da biomassa, essa é uma opção segura e, ao mesmo tempo, perfeitamente viável ao Brasil”, afirmou Marina.
De acordo com o gerente setorial de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobrás, Caio Magri, também presente ao encontro, apenas 0,5% do faturamento da empresa para a qual trabalha é hoje empregado em pesquisa de fontes de energia alternativas.
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Amazonia.org.br, 16/10/2008)