Até o final deste mês, os gaúchos devem ter a tão esperada confirmação sobre a inclusão ou não do Estado no zoneamento agroclimático da cana-de-açúcar. Na tarde desta quinta-feira, a subchefe-adjunta da Casa Civil da Presidência da República, Tereza Campelo, garantiu ao deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) que, caso a inclusão se concretize, permitirá a implantação das lavouras passíveis de cobertura por seguro e financiamento agrícola.
No entanto, Tereza esclareceu que a decisão final sobre o assunto deve sair de uma reunião entre os ministros da Casa Civil, Dilma Roussef, da Agricultura, Reinhold Stephanes, de Minas e Energia, Edison Lobão e do Meio Ambiente, Carlos Minc. Mesmo sem antes de os ministérios baterem o martelo, Heinze enfatizou que os agricultores gaúchos podem ficar tranqüilos porque o Estado "será sim incluído como apto ao plantio."
"Pelo documento, nosso Estado não apresenta nenhum problema ou restrição para o plantio de cana, mas precisamos aguardar os desfechos." O deputado disse que a Casa Civil está ultimando os estudos para só então encaminhá-lo para os outros ministérios. Otimista com a potencialidade gaúcha para produzir cana, Heinze manifestou que o Estado tem todas as condições para se tornar auto-suficiente na produção de álcool. "Além de área disponível, logística e mão- de-obra de qualidade, também temos mais de 70 pontos de pesquisa para desenvolver tecnologia", ressalta.
Ao falar sobre a viabilidade do cultivo da cultura, Heinze evidenciou que há anos mobilizou lideranças e pesquisadores estaduais e federais para buscar uma alternativa econômica para regiões do estado que sofriam com as constantes secas e geadas. "Para que o Rio Grande do Sul seja incluído no zoneamento da cana-de-açúcar percorremos um longo caminho.
Há três anos incentivamos estudiosos da Fepagro, Embrapa e Unica a desenvolverem testes com a gramínea em algumas regiões. Hoje estamos certos de que a cana será uma excelente alternativa para os produtores rurais gaúchos", enfatiza Heinze, que explica que a reunião se deveu aos boatos de que a Casa Civil não fosse liberar o plantio subsidiado. "Isso não se confirma e a tendência é de resultado positivo para o Estado."
(Por Ana Esteves, Jornal do Comércio, 17/10/2008)