O Governo britânico se comprometeu hoje perante o Parlamento a cortar as emissões de gás de efeito estufa em 80% até 2050 em relação aos níveis de 1990. O ministro da Energia e Mudança Climática, Ed Miliband, anunciou essa nova meta, mais ambiciosa que a de 60% fixada até agora.
O político trabalhista explicou, ao mesmo tempo, aos deputados que o agravamento das condições econômicas não podem ser desculpa para voltar atrás no compromisso de combater a mudança climática. Miliband respondia, assim, ao apelo feito na atual cúpula da União Européia (UE) em Bruxelas pelos dirigentes de Itália e Polônia para que sejam adiadas as medidas previstas contra a mudança climática em vista da atual crise econômica.
O Governo de Londres aceita, por outro lado, as recomendações do Comitê britânico sobre a Mudança Climática, que sugeriu na semana passada uma redução de 80%. O chanceler britânico afirmou que o corte afetará não somente o dióxido de carbono, mas também os outros gases que contribuem bastante ao efeito estufa e a todos os setores da economia: navegação e aviação incluídas. O ministro reconheceu que as últimas pesquisas científicas independentes indicam que a ameaça da mudança climática é maior do que se pensava antes.
Ao mesmo tempo, o político britânico insistiu em que os compromissos de redução dos gases do efeito estufa não devem vir só de Londres, mas do resto da Europa. "Isso significa alcançar um acordo até o final do ano para reforçar o mecanismo de troca de emissões e sobre os objetivos (da UE) para 2020", disse Miliband.
Isso é, disse, "uma redução unilateral européia de 20% dos gases do efeito estufa e de 30% como parte de um acordo global assim como a confirmação dos objetivos fixados para as energias renováveis". O ministro se comprometeu também a revisar a atual legislação britânica para permitir que os produtores de energia em pequena escala -os lares com turbinas eólicas ou painéis solares, entre outros- vendam a eletricidade gerada a um preço garantido.
(EFE, G1, 16/10/2008)