A produção de alimentos na China poderia ver-se afetada entre 14 e 23% para meados do século se continuar a atual tendência à mudança climática, segundo um relatório difundido nesta quinta-feira (16/10) em Pequim. O documento, preparado com o apoio da organização ecologista Greenpeace como motivo do Dia Mundial da Alimentação, explica que a elevação das temperaturas, a diminuição das fontes de água e outros fatores contribuiriam para esse descenso.
O principal recopilador do estudo é o professor Lin Erda, da Academia de Ciências Agrícolas da China, que disse que a análise ajudaria às autoridades a tomar medidas ativas para suavizar este processo. Segundo o relatório, um aumento da temperatura média na China entre 2,5 e três graus Celsius poderia conduzir a uma diminuição contínua das colheitas, principalmente das mais três importantes: arroz, milho e trigo.
Os rendimentos agrícolas também se veriam afetados porque uma maior temperatura pioraria a escassez de água no norte da nação asiática e causariam mais inundações no sul. A mudança climática, de acordo com o autor do documento, levará a condições meteorológicas extremas, tais como secas, calor e fortes chuvas.
A China veria afetada sua capacidade para balancear o fornecimento e a demanda de alimentos, e o abastecimento de produtos alimentícios básicos se tornariam insuficientes a partir de 2030 com a perspectiva do efeito estufa devido às emissões de gases. O estudo sugere promover a agricultura ecológica para adaptar-se à mudança climática, pois poderia suportar melhor as futuras condições e ajudaria a reduzir as emissões contaminantes e reduzir a presença de carbono na atmosfera.
(Agência Prensa Latina, 16/10/2008)