O deputado estadual pelo Mato Grosso José Riva (PP) repudiou a operação Três Fronteiras, deflagrada em Colniza, norte de Mato Grosso, pela Polícia Federal e Ibama, na manhã desta quarta-feira (15/10). Riva cobrou providências da Assembléia Legislativa (AL-MT) e do Governo do Estado pela forma com que foi conduzida a operação sem notificar o Estado. “É uma falta de respeito do Ibama e do Governo Federal com o Estado de Mato Grosso e com o cidadão. Porque essa é a Operação Três Fronteiras, daqui a pouco teremos a Operação Arrasa Mato Grosso”, alertou, ao acrescentar que o governador Blairo Maggi deve discutir o problema com o presidente Lula.
O deputado questionou que além de não notificar o estado, operações como essa provocam inúmeros problemas sociais, inclusive, o desemprego. “E depois o estado e os municípios têm que se virar para melhorar a situação”. Ele também reconheceu a importância da fiscalização, no entanto, ela não pode ser feita de maneira que desrespeite a autonomia do Estado. “Não podemos deixar que o governo federal simplesmente invada Mato Grosso numa operação dessa natureza, sem ao menos comunicar o próprio governador”.
Riva também repudiou a operação por exigir documentação de terras. Ação que o próprio Incra não pratica e os assentados ficam sem os documentos. Ele lamentou a situação da população do Norte do Estado, que vem sofrendo operações desse porte e chamou a atenção do Governo Federal por não ter a coerência de convidar o estado a fiscalizar junto. “Juntos, devem fazer uma ação que respeite o cidadão que entrou nessa região. Se errou é preciso procurar corrigir, mas não dessa forma como estão fazendo, amedrontando famílias, ameaçando prisões e expulsando pessoas das terras. É preciso respeitar a história do povo que acreditou nesse Estado”.
A Operação Três Fronteiras, que também será deflagrada em Rondônia e Amazonas, tumultuou a cidade de Colniza. Participam da ação um grande contingente de pessoal e viaturas do Exército, Polícia Federal e Ibama. Riva disse também que Marcelândia e região deverão sofrer uma nova operação, atingindo toda a região Norte do estado. “Infelizmente é uma região que já tem um grande número de desempregados e, mais uma vez, vão aumentar o índice de pessoas fora do mercado de trabalho”.
O deputado defende a realização de ações em conjunto com os governos federal e estadual para que resolvam a situação do setor de base florestal, conscientizando e ajudando a população a se regularizar. “É um setor que pode gerar milhares de empregos, mas está morrendo aos poucos pela falta de políticas públicas e, principalmente, pelo exagero nas fiscalizações, que infelizmente, ao invés de ajudar, orientar o empresário, ela penaliza”.
(Por Itimara Figueiredo, AL-MT, 15/10/2008)