Retornando ao eucalipto e para concluir. É necessário que tenhamos algumas informações sobre os empreendimentos em reflorestamento que se executam no Rio Grande do Sul, visando à produção das papeleiras. Alguns dados que permitam aos leitores informações mínimas sobre o assunto, longe do ranço de posições ideológicas, sempre prejudiciais à avaliação sólida da realidade. Vejamos:
1) não existe uma pessoa que possa afirmar que não usa, todos os dias de sua vida, a madeira e seus derivados;
2) esta utilização, na maioria das vezes, depende diretamente do corte de árvores;
3) com o aumento nos padrões de consumo, a quantidade de madeira utilizada por cada habitante aumenta;
Alguns países levam até 30 anos para atingir um volume, que nós produzimos em uma mesma unidade de área em apenas 7 anos. No ano passado o setor florestal brasileiro gerou 6,5 milhões de empregos, US$ 9,9 bilhões em exportações, e um faturamento de US$ 27,8 bilhões. Este fato desespera a concorrência internacional. Não é por acaso o ataque estrangeiro à silvicultura brasileira contra o plantio de árvores. Grupos estrangeiros, com foco no Brasil, têm como missão impedir o plantio de árvores em solo brasileiro.
Cada hectare plantado evita o desmatamento de até 10 hectares de florestas nativas. É da lógica: não há como o eucalipto consumir mais água que a disponível no local. Se tivessem uma demanda por água maior do que a capacidade da chuva, todos morreriam. No Rio Grande do Sul, as fazendas de eucalipto terão o seguinte aproveitamento médio: plantio em 53% da área. Áreas de Preservação Permanente (16%); Reserva Legal (20%), de acordo com a legislação. 6% da área são utilizadas na infra-estrutura. Os 5% restantes, em média, são terras inaproveitáveis para o plantio, por conterem processos de arenização, voçorocas, pedras etc.
É obrigatório manter-se faixas de 30 metros de distância entre plantios e cursos de água e de 50 metros nas cabeceiras com programas de monitoramento. A previsão de emprego é de cerca de 3.300 pessoas na área da papeleira da Zona Sul, sem maior escolarização. Grande parte deles pode ser utilizado pelos sem terra do MST que queiram trabalhar. Pelo menos 20% da base florestal (de 100 mil hectares) deverão ser constituída por terceiros, proprietários que pretendam diversificar sua produção, compondo suas propriedades também com florestas. Negócios lícitos, de acordo com a lei e dando emprego. Que mais queremos?
(Agora MS, 16/10/2008)