O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou nesta quarta-feira (15/10), que os investimentos da Eletrobras nas empresas energéticas da região Norte em 2008 e 2009 chegarão a R$ 2,9 bilhões. A afirmação foi feita durante audiência pública para discutir a centralização da gestão das empresas da Eletronorte na Eletrobras, promovida pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional. O deputado Marcelo Serafim (PSB-AM), autor do requerimento para a realização do debate, afirma que a centralização não deu certo e que hoje o Amazonas sofre com constantes apagões.
Lobão defendeu o atual modelo de gestão das centrais elétricas da região Norte, que as subordinou a uma diretoria da Eletrobras. "O modelo de centralização federalizada vem dando certo no mundo inteiro e não há de fracassar no Amazonas", afirmou o ministro. Segundo ele, os atuais problemas do setor elétrico na região vêm da época em que a gestão era descentralizada e estão sendo corrigidos agora. Mas, para integrantes da comissão, os problemas têm origem na falta de investimento, não na gestão das empresas.
Segundo o ministro, a Eletrobras elaborou um plano para recuperar as elétricas da região Norte, com o pagamento das dívidas que chegam a R$ 2 bilhões. Ele disse que o patrimônio negativo das empresas da região é de R$ 33,4 milhões, e que a inadimplência média é de 24%. Em Manaus, onde a falta de energia é mais grave, serão investidos R$ 684 milhões em 2009. Em Boa Vista (RR), que também vem sofrendo apagões, serão investidos R$ 189 milhões.
Luz Para Todos
O deputado Marcelo Serafim sugeriu ao ministro Edison Lobão a rediscussão do Programa Luz para Todos, que pretende universalizar a oferta de energia elétrica.
Segundo Serafim, em razão desse programa, a energia foi levada para regiões ribeirinhas da Amazônia, onde as contas não chegam e, portanto, não são pagas. O deputado afirma que essa é a razão de grande parte do déficit das elétricas do Norte, que continuam fornecendo energia para esses consumidores porque é muito alto o custo do corte de luz nessas regiões, de difícil acesso.
O ministro, por sua vez, admitiu que o programa tem problemas e afirmou que eles estão sendo analisados pelo governo.
(Por Oscar Telles, Agência Câmara, 15/10/2008)