A Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DSA), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi certificada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) como centro de excelência na América Latina para a formação e treinamento de especialistas para o uso de dados de satélites meteorológicos e ambientais.
No mês de agosto, durante o 15° Congresso Brasileiro de Meteorologia, a mesma divisão e o então pesquisador responsável pela área, Luiz Augusto Machado, haviam recebido o prêmio Sampaio Ferraz, concedido em reconhecimento aos serviços e produtos gerados em benefício da comunidade de pesquisa meteorológica.
A DSA, uma das divisões do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), vem desenvolvendo nos últimos cinco anos um forte trabalho de pesquisa no desenvolvimento de novos produtos de previsão e de monitoramento meteorológico, hidrológico e ambiental, com uso de dados de satélites. Além do lançamento de novos produtos, que elevou o número de acessos à página da DSA, foi desenvolvido um banco de dados históricos que pode ser consultado em tempo real por meio da internet.
Outra área de destaque da DSA tem sido a cooperação com instituições internacionais de pesquisa – como Nasa (agência espacial) e Noaa (Administração Nacional do Oceano e Atmosfera), nos Estados Unidos, e CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), na França –, e também com empresas do país, como Petrobras, Eletropaulo e Cargill.
O reconhecimento da capacidade técnico-científica fez com que o Inpe, por meio da DSA, assumisse um papel estratégico na América Latina dentro do Programa Geoss (Sistema Global de Observação da Terra). Dados meteorológicos e ambientais são disseminados por meio do programa na América do Sul.
Em outra linha de cooperação, há cerca de um ano, a DSA assumiu as operações de transferência e recepção de dados do satélite Goes-10, da Noaa, para a América do Sul. A partir de negociações com o Inpe, a Noaa colocou o satélite à disposição dos países sul-americanos para a cobertura do continente, atendendo às necessidades de observação meteorológica da região.
Em breve, dados de novos sensores meteorológicos, de melhor resolução, da Noaa, além de outros da série Metop, a bordo de satélites europeus e também do programa chinês, serão recebidos. Segundo o Inpe, o impacto dessa nova geração de sensores deverá ser percebido no monitoramento de queimadas e também no de eventos extremos, em especial no acompanhamento de chuvas severas.
Essa grande massa de dados proveniente dos satélites meteorológicos é fundamental também para a atividade de “assimilação de dados”, porta de entrada dos modelos que geram previsões de tempo e da qualidade do ar realizadas pelo CPTEC. “A DSA é única na América Latina com a função de alimentar os modelos de previsão com dados de satélites”, disse Maria Assunção Dias, coordenadora do CPTEC.
Mais informações no site do INPE.
(Agência Fapesp, 15/10/2008)