Após intensas discussões com a área ambiental do governo, a Petrobras decidiu iniciar as importações, no ano que vem, de diesel com 50 partes por milhão (ppm) de enxofre, o S50, menos poluente que o usado atualmente no País. No entanto, a estatal alega que o produto chegará ao Brasil com um preço maior do que o diesel nacional e que os efeitos ambientais não serão grandes, uma vez que a frota brasileira de caminhões não está adaptada ao produto.
Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) de 2002 determina a redução nas emissões de poluentes pela frota nacional a partir do ano que vem, meta que, segundo organizações ambientais, poderia ser atingida com a substituição do diesel produzido atualmente pela Petrobras. Os planos da empresa, porém, prevêem a produção em grande escala de diesel 50 ppm só a partir de 2012, quando os investimentos previstos para suas refinarias estiverem concluídos.
Em entrevistas recentes, o diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, afirmou que a simples mudança do combustível não garante redução das emissões. "Querer resolver a questão apenas com o combustível de melhor qualidade é um erro. É tapar o sol com a peneira", disse o executivo, citando como medidas adicionais uma maior fiscalização e manutenção da frota atual e mais planejamento no transporte público urbano.
Hoje em dia, dois tipos de diesel altamente poluentes alimentam as frotas de caminhões e ônibus: as regiões metropolitanas recebem o combustível com 500 ppm (S500) e o interior, com 2.000 ppm (S2000). Na Europa, o limite será de 10 ppm a partir de 2009.
(Agência Estado,
G1, 14/10/2008)