Em 'Comunicado ao Mercado' a Votorantim Celulose e Papel (VCP) respondeu ontem ao ofício que recebeu da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), sobre a notícia de adiamento do Projeto Losango, cujo plano é de construção de uma fábrica de celulose branqueada de eucalipto no Rio Grande do Sul, orçada em R$1,5 bilhão – valor citado no comunicado. Segundo a nota, 'no momento, a administração da VCP está analisando a possibilidade de retardar, por tempo ainda não definido, a implantação do Projeto Losango Industrial', em razão do cenário de crise global. 'O momento é de cautela e exige medidas conservadoras até que o cenário macroeconômico se estabilize', informa a VCP.
Assinado pelo diretor presidente e de Relações com Investidores da VCP S/A, José Luciano Duarte Penido, o comunicado explica que 'o cronograma original do Projeto Losango Industrial seria apresentado ao Conselho de Administração em julho de 2009 e se aprovado, a aquisição de equipamentos e o início das obras ocorreriam no segundo semestre do próximo ano, de forma que a unidade entrasse em operação no segundo semestre de 2011'.
O texto esclarece também que o exame do adiamento do projeto leva em conta 'as mudanças materiais nas condições macroeconômicas globais, que certamente irão reduzir o crescimento econômico mundial nos próximos anos e o crescimento da demanda pelas principais commodities'. Por outro lado, a empresa confirma sua intenção em continuar investindo no RS, 'construindo a base florestal planejada, e implantar o Projeto Losango Industrial assim que a demanda mundial por celulose justificar este investimento'.
Penido afirma que o Projeto Losango, no RS, é parte do plano de expansão de longo prazo da VCP. O projeto demandará uma base florestal de aproximadamente 140 mil hectares, para ser construído em oito anos – 2004 a 2011 –, 'o que vem acontecendo conforme planejado'. A VCP é proprietária de 110.394 hectares de terra no Rio Grande do Sul (posição de 30 de setembro passado) e desenvolve o projeto de incentivo ao florestamento 'Poupança Florestal'. Na mesma data, diz o executivo, havia 53.091 hectares de plantios com eucaliptos e 56.276 hectares de áreas preservadas com vegetação nativa no Estado.
(Correio do Povo, 14/10/2008)