O Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC), em reunião nesta terça-feira (14), instituiu as suas Comissões Técnicas, atendendo ao que está previsto no decreto de criação do órgão, que é vinculado à Secretaria do Meio Ambiente (Sema).
As 40 instituições que compõem o FGMC, dividiram-se em duas Comissões, formando um grupo científico para o levantamento de estudos climáticos e meteorológicos e outro grupo que vai tratar dos processos produtivos. A partir disso, também foi constituído o Comitê Gestor, que é formado pelo coordenador, vice-coordenador e secretário, com suplentes, de cada Comissão Técnica.
Conforme a Secretária Executiva do FGMC, Ana Cruzat, na reunião os membros do Fórum tomaram a decisão de concentrar o trabalho na elaboração de propostas de impacto,vulnerabilidade, adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas de forma regionalizada no Rio Grande do Sul. "Ocorre que todos os fóruns estaduais estão sendo convocados a participarem das discussões do Plano Nacional de Enfrentamento das Mudanças Climáticas, voltadas à situação da Amazônia. São reuniões freqüentes fora do Rio Grande do Sul e o fórum gaúcho entendeu que, como ainda está se estruturando, nesse momento teria muito mais a contribuir com o Estado com ações regionais", esclareceu Ana Cruzat.
O glaciólogo Jefferson Cardia Simões, que representa a UFRGS no Fórum, informou que ele estará coordenando a primeira expedição científica nacional ao interior da Antártica, de novembro a dezembro deste ano, por meio do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). A expedição recebe o nome de Deserto de Cristal e fará perfurações no gelo para investigar as variações do clima e da química da atmosfera nos últimos 500 anos. "O trabalho vai permitir pesquisar o interior de um território de 13,6 milhões de Km², que tem um importante papel como regulador do clima do Brasil", afirmou Cardia Simões. Segundo o glaciólogo, a expedição está associada à proposta do FGMC e ao projeto da UFRGS, que está em andamento, para implantação de um centro regional sobre as mudanças do clima, chamado de Centro Polar e Climático.
Para Jefferson Cardia Simões, o Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas, é a instância adequada no Estado para que pesquisas e informações sobre as alterações do clima possam ser disseminadas, já que diversas instituições do Governo, entidades privadas, de classe e de ensino estão representadas no órgão.
(Sema, 14/10/2008)