A Coordenação Andina de Organizações Indígenas alerta a comunidade internacional que o Estado colombiano, administrado pelo governo de Álvaro Uribe, é responsável por um genocídio indígena. A repressão indiscriminada lançada contra os Povos Indígenas colombianos já causou 19 mortes em apenas quinze dias.

Articulados na Organização Nacional Indígena da Colômbia, os Povos Indígenas desse país estão desenvolvendo a Minga de Resistência Indígena e Popular, para chamar a atenção do mundo sobre a violação de seus direitos. O que eles apresentam é "um chamado ao mundo para que seus direitos não sejam reconhecidos apenas em nível formal e se convertam em uma realidade". E o governo responde com a repressão e não os protege das ações dos grupos paramilitares.

A Minga de Resistência é uma resposta a esse genocídio e violação de seus direitos. Tem como atividade central as mobilizações pacíficas dos Povos Indígenas em todo o país. O governo de Uribe tem respondido com a repressão, que faz parte da sistemática criminalização das demandas indígenas: incursões violentas em seus territórios, estigmatização de seus líderes como terroristas, detenções, torturas, assassinatos, desaparecimentos e deslocamentos forçados.

Tudo isso já foi comprovado e denunciado pelo Tribunal Permanente dos Povos, que como produto de sua Audiência sobre Genocídio Indígena realizada na comunidade indígena Kankuamo, Serra Nevada de Santa Marta, Colômbia, nos dias 18 e 19 de julho de 2008, emitiu uma acusação que diz textualmente: "Acusar o Estado colombiano e o governo de Álvaro Uribe Vélez, pela comissão de graves violações dos direitos coletivos e individuais dos Povos Indígenas da Colômbia, que se concretizam na implementação de políticas de extermínio, genocídio, etnocídio e deslocamento dos Povos Indígenas".

Segundo a Coordenação, a sistemática violação dos direitos indígenas é implementada para favorecer a expropriação de seus territórios a fim de entrega-los às multinacionais extrativas. Mais uma vez, prova-se que os Estados Uninacionais estão a serviço dos interesses das empresas transnacionais.

(Adital, 14/10/2008)