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pesca industrial proteção da vida marinha
2008-10-15

Os fortes impactos de uma população urbana crescente - acentuada nesta época do ano, quando a cidade se prepara para sediar a final do circuito de Fórmula Indy, entre os dias 22 e 26 de outubro - associados à pesca excessiva e predatória dizimaram os estoques de uma das espécies mais populares de peixe de água salgada na Gold Coast, o Pagrus Auratus, mais conhecido por aqui como snapper. A descoberta irá resultar em novas ações de resistência visando assegurar a sobrevivência da espécie.

Segundo Geoff Clarke, do departamento da Indústria e Pesca da região (DPI), o ramo pesqueiro enfrenta atualmente sérios problemas. "Nosso apetite por peixe está excedendo os limites ecológicos dos oceanos, com impactos devastadores em muitos ecossistemas. Provavelmente nós teremos que pescar menos num período de 5 a 10 anos para readquirir nossos estoques", sinaliza.

Estimativas, acrescenta, dão conta de que, se nada for feito, a espécie poderá ser extinta das águas num período máximo de 10 anos. Hoje, a pesca do Pagrus Auratus representa 90% das capturas realizadas na Gold Coast. Segundo o último levantamento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em conjunto com o Banco Mundial 75% dos estoques de peixe no mundo estão sob capacidade máxima de exploração. O motivo, de acordo com o documento, são a pesca excessiva, má gestão e outras ineficiências.

O DPI prevê anunciar até o Natal medidas restritivas para a captura desta espécie a fim de reconstruir seus estoques. Os tamanhos e os limites mínimos do saco são pouco suscetíveis de se mudar, segundo Clarke, mas é possível limitar o número de dias que a pesca pode ser realizada. "Podemos limitar de acordo com as fases lunares ou restringir a captura a certos dias da semana".

Outras espécies igualmente ameaçadas são "pearl perch, black kingfish, cobia and amberjack", mas a pressão por uma legislação mais dura recai sobre o Pagrus Auratus. “O DPI sente que o habitat do Pagrus está degradado, apresentando níveis críticos de regeneração" diz Clarke. Mas, segundo ele, há um nível enorme de benevolência. "A maioria dos pescadores aprecia a espécie, estão cientes do problema e querem que algo seja feito".

Indústria da pesca não dá chance de reposição, alerta ONG
Na avaliação do grupo ambientalista Greenpeace, a realidade da pesca moderna é que a indústria é dominada por frotas de pesqueiros que não dão chance à natureza de repor as espécies. "Navios gigantescos usando sonares de busca de última geração podem apontar com precisão cardumes de peixes", diz a ONG, acrescentando que os os navios são equipados para que funcionem como verdadeiras fábricas flutuantes – incluindo linhas de produção, processamento e embalagem de peixes, imensos sistemas de refrigeração e motores poderosos para arrastar equipamentos pesados através do oceano. Ou seja: o peixe não tem chance.

Gestão do pargo está sendo tentada há 25 anos no Brasil
No Brasil, Pagrus Auratus é conhecido como Pargo ou Vermelho. Em 2005, por iniciativa do Ibama, o pargo teve, pela primeira vez, a sua pesca suspensa durante o período de reprodução da espécie. A suspensão durou entre janeiro e março e foi um marco na gestão do recurso natural. Além da restrição, o Ibama também reduziu para cento e noventa e quatro o número de embarcações autorizadas a pescar o pargo entre os estados do Amapá, Piauí, Maranhão, Pará e Ceará. O tamanho dos anzóis e das malhas utilizados na captura do peixe também foram definidos em lei.

Os primeiros indícios de sobrepesca do pargo no Brasil surgiram na década de 80. O sinal amarelo alertou os especialistas. Ao detectar o excesso de captura do pargo o governo passou a adotar uma série de critérios técnicos para garantir a sustentabilidade da atividade, considerada uma das quatro mais importantes do Norte/Nordeste do país. Perde apenas para a pesca da lagosta, do camarão e da piramutada.

Entre as medidas de proteção ao pargo adotadas em 1984, estava a adoção do tamanho mínimo de quarenta e três centímetros para a captura da espécie. Todavia, a falta de fiscalização e de participação do setor envolvido diretamente na pesca do pargo empurraram a espécie para uma situação de risco. Desde então, o governo vem tentando agregar todo o setor na tentativa de se chegar a um acordo que garanta sobrevivência da espécie e da atividade econômica que está associada a ele.

(Por Tatiana Feldens, AmbienteJÁ, 15/10/2008)


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