Imagens recentes de satélites (setembro de 2008) indicam a ação devastadora de tratores de empresas brasileiras nas matas do Patrimônio Ayoreo Totobiegosode (Estado de Alto Paraná, na região do Chaco Paraguaio). As empresas Yaguarete Porá S.A. e River Plate S.A. de acordo com denúncia da ONG Gente, Ambiente e Território (GAT) estão acabando com a rica biodiversidade das matas localizadas no Núcleo da Zona Sul das Terras Indígenas.
Não é a primeira vez que a GAT denuncia a degradação ambiental promovida por empresas brasileiras nessa região protegida do Paraguai. Em junho e em outubro de 2007 a organização divulgou documentos relatando as invasões.
A área em questão é tradicional do povo Totobiegosode em situação de isolamento voluntário, o que significa que abriga grupos indígenas que não mantém contato com a população não-indígena. A destruição das matas se faz à revelia da vigência de leis nacionais e convênios internacionais que amparam os direitos indígenas, direitos humanos, direitos culturais e direitos ambientais.
Também a River Plate S.A. retomou trabalhos de desmatamento na área dos Totobiegosode, apesar de o trabalho dos tratores ter sido suspenso por determinação da Unidade Penal Ambiental Especializada do Ministério Público Geral do Paraguai.
A organização não-governamental paraguaia Peyipie Ichadie Totobiegosode (Opit) vem a público reiterar o pedido às autoridades paraguaias de que sejam feitas intervenções urgentes no sentido de parar esse processo.
As organizações indígenas do Paraguai publicaram documento solicitando providências quanto ao desmatamento das terras onde se encontram os povos isolados. Leia aqui.
(ISA, 13/10/2008)