Segundo o instituto, serraria foi apenas cadastrada, não licenciadaReportagem de jornal cita certificado emitido pelo órgão.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio de sua assessoria de imprensa, negou que tivesse autorizado o funcionamento de uma madeireira em assentamento de reforma agrária em Tabaporã (MT).
Neste sábado (11), o jornal “Folha de S.Paulo” publicou reportagem afirmando que teve acesso a um certificado de regularidade emitido pelo instituto à madeireira Mascarello, com sede na agrovila do assentamento Nova Fronteira.
Com o certificado, a madeireira teria conseguido licenças junto ao governo estadual. De acordo com o Ibama, a madeireira Mascarello apenas consta de seu Cadastro Técnico Federal, o que é uma forma de registro junto ao órgão, não uma certificação ou autorização de funcionamento. A madeireira, ao se cadastrar, não teria informado um endereço dentro de assentamento.
A serraria foi mostrada no dia 5 em reportagem do Fantástico. Ao ver imagens feitas pela equipe do programa, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, a quem se subordina o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), classificou o negócio de ilegal. Na mesma semana, fiscais do Incra foram até o assentamento e fecharam a serraria.
Assentamentos do Incra ocupam as seis primeiras posições da lista dos maiores desmatadores do Brasil divulgada pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, no final de setembro. A divulgação gerou atrito com Cassel, que argumentou que, considerando a quantidade de famílias que vivem nos assentamentos, não seria justo comparar o desmatamento eventualmente causado por elas à devastação ocasionada por proprietários de grandes extensões de terra.
(Por Dennis Barbosa,
Globo Amazônia, G1, 13/10/2008)