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Parques Municipais
2008-10-14

O professor Sílvio Soares Macedo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, diz que, quando viajava pelo Brasil, via muitos trabalhos interessantes na área de paisagismo, mas que era muito difícil encontrar estudos precisos sobre esses espaços públicos. As pesquisas estavam voltadas quase exclusivamente para a figura de Roberto Burle Marx, o mais conhecido paisagista brasileiro, criador, entre outros, dos projetos paisagísticos do Aterro do Flamengo, no Rio de janeiro e do Eixo Monumental, em Brasília. O jeito, então, era pôr a mão na massa e catalogar tais projetos. Assim nasceu o Projeto Quadro Paisagístico Nacional (Projeto Quapá), em 1994. 

Seus primeiros anos foram dedicados à criação de um painel da evolução do paisagismo brasileiro e de um banco de dados sobre projetos públicos como praças, parques e calçadões. Os espaços eram fotografados e desenhados como estavam no dia da visita dos pesquisadores. Assim era possível comparar seu estado presente e o projeto original. Isso quando havia um disponível, já que boa parte destas áreas não foi planejada por paisagistas. Foram catalogados espaços públicos de 36 cidades brasileiras, todas capitais ou cidades de porte médio.

Em 1999, foi lançado o primeiro livro baseado nos dados coletados durante a pesquisa.  "Quadro do Paisagismo no Brasil", de autoria do próprio professor Sílvio Soares Macedo, aborda o percurso da arquitetura paisagística nacional do século XVIII até a década de 1990. Dois livros foram publicados em 2002, um sobre as praças e outro sobre os parques urbanos brasileiros, e mais dois estão sendo finalizados, entre eles "Paisagismo Contemporâneo Brasileiro e Paisagistas Brasileiros: Depoimentos". Sobre este último, Macedo diz que sempre quis documentar os trabalhos paisagísticos em espaços privados, mas que há uma dificuldade grande de acesso a estes lugares. A forma que encontrou para fazer isso foi entrevistar 30 paisagistas brasileiros de renome, os mais importantes de diversos estados. Os livros devem ser lançados até o ano que vem. 

Ao ver chegar ao fim o “trabalho bruto”, a catalogação, há aproximadamente dois anos, a equipe mudou o foco do trabalho. O objetivo do projeto agora é avaliar a distribuição, a qualidade e a conservação dos espaços livres das maiores cidades brasileiras. A esse novo empreendimento chamaram Quapá Sistema de Espaços Livres. (Quapá SEL). O professor explica que o conceito de espaço livre vai além da idéia de área verde, englobando também  outras áreas utilizadas pela população para seu lazer, como praias e até ruas.  

O método escolhido para avaliar tais aspectos foi a organização de colóquios com a presença de órgãos públicos, representantes do mercado imobiliário, ONGs, entre outros. São três dias de trabalho. No primeiro, o grupo faz um reconhecimento aéreo da cidade. “Pelas imagens de fotografias aéreas recentes, fazemos uma avaliação da quantidade de espaços livres existentes por quadra”, comenta o professor. Nos dias seguintes as entidades envolvidas realizam apresentações sobre os problemas que encontraram e os discutem em grupos de trabalho. “Cada grupo tem uma temática relacionada aos espaços livres, como as novas atividades, os novos projetos, manutenção, a questão ambiental e o mercado imobiliário”, explica Macedo.

A idéia é estudar os espaços que as pessoas utilizam para seu lazer considerando as especificidades de cada localidade. “Na região de Porto Velho, por exemplo, a cidade fica vazia nos finais de semana e feriados porque eles vão para os igarapés fora da cidade. Em São Paulo, quantas pessoas não vão para Santos ou para o Guarujá? O parque do paulistano é, entre aspas, a praia.”

Problemas

Macedo diz que os problemas mais freqüentemente discutidos nesses colóquios relacionam-se à gestão das áreas. “Você cria os espaços, gasta uma grana preta e não os mantêm.” Ele cita as praças da capital paulista como exemplos dessa situação. “São Paulo é uma vergonha. Em geral, as políticas de manutenção são muito precárias. E as equipes técnicas não sabem fazer projetos adequados às demandas ou às possibilidades de manutenção”. 

Além da má conservação, as praças e os parques paulistanos enfrentam outro problema: são constantemente ocupados, de diversas formas. Seja irregularmente, por favelas, por exemplo, ou pelo próprio poder público, que constrói escolas e edificações em tais lugares. Apesar do descaso com suas praças, os parques de São Paulo são muito elogiados por Macedo. Ele cita como exemplos de projeto e administração os parques Cidade de Toronto (em Pirituba), Severo Gomes (Granja Julieta), Burle Marx (Campo Limpo), Villa-Lobos (Alto de Pinheiros) e o Ibirapuera.

Mas há municípios que, independentemente de sua riqueza, investem mais na criação e na manutenção dos espaços públicos. “Não é questão de ser mais rico e menos ricos. Você tem uma cidade como Rio Branco, que não é a mais rica do país, mas investe muito em espaço público”, afirma o professor.

(Por Rodolfo Blancato, Agência USP, 13/10/2008)


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